19 de fevereiro de 2006

O Tomás.

"E então o Tomás fechou os olhos por um segundo. O mundo à sua volta girava demasiado depressa para ele o conseguir acompanhar e precisava de parar. Parar e tirar aquele peso enorme de cima dos ombros. E então o Tomás chorou. Como uma criancinha a quem se tira um doce, talvez como nunca tinha chorado, porque nunca fora pessoa de exprimir emoções. Talvez por isso mesmo o estivesse a fazer agora, porque nunca o fizera antes, porque acumulara tudo o que o ia fazendo sofrer na sua alma que parecia encolher a cada dia que passava…

Naquela tarde de Outono, sozinho na praia, o Tomás chorou durante um tempo infindável. Chorou tudo o que ao longo de todos estes anos o magoara, tudo o que reprimira e que agora tinha de libertar, sob pena do seu coração, cada vez mais pequenino, explodir de vez! Não aguentava mais… E, incrivelmente, não havia nada que tivesse conduzido àquele momento, nenhuma gota de água a fazer transbordar o copo da alma… Muitos tinham sido os momentos em que engolira em seco e erguera os olhos, com a “força” que todos diziam que possuía, mas que só ele sabia praticamente não existir. Porque por detrás daquela máscara, escondia-se um Tomás muito mais fraco, que a cada dia era destruído um pouquinho por dentro, por um mundo que parecia não o compreender… Por aquelas coisas que, como as pessoas dizem, “não matam mas moem” e moem mesmo, vão corrompendo por dentro, sem que se possa fazer nada por isso. Apenas engolir em seco e erguer os olhos, sorrindo, como sempre fazia o Tomás."
['Desculpa, porque me preocupo contigo' - Eu]

15 de fevereiro de 2006

O xadrez da vida.

Já pararam para pensar como a vida pode ser parecida com um tabuleiro de xadrez? Quadrados claros, onde gostamos de estar e negros de onde fugimos. Quadrados. Pequenos para que não possamos lá estar demasiado tempo, nem nos deixemos ficar nos bons ou maus momentos por mais tempo do que seria desejado.

Saltitamos entre quadrados à procura de vencer na vida e atingir o outro lado do tabuleiro, 'comer' peças ao adversário, derrotar o outro para no final termos nós mais peças que o adversário. E se... as peças formos nós? Às vezes damos por nós restritos ao nosso pequeno quadrado de espaço, claro ou escuro, conforme o dia e o estado de alma, sem saber nem querer sair dali... Com medo de perder, de ser derrotado por um adversário que pode querer ocupar o mesmo quadrado que nós.



E continuamos a viver como peças de um tabuleiro feito de espaços claros e escuros...



Vai uma partidinha?!

14 de fevereiro de 2006

7 de fevereiro de 2006

O Fogo Hipnotizador.

Entrei de mansinho porque o lugar me era estranho. Era a sexta nuvem a contar da esquerda e junto à lareira esperava-me chá e chocolate... Melhor combinação?! Impossível... Sentei-me mesmo ao lado do fogo que me aquecia o corpo e a alma e me hipnotizava com a força das suas cores. Sempre fomos assim, eu e o fogo. Ele prende-me o olhar e aquece-me a alma, eu alimento-o com achas para que se mantenha sempre aceso (pelo menos na lareira da minha imaginação!)...

Aquele lugar era-me estranho, de facto. Mas o convite fora tentador... E eu sou tão gulosa! Sentada, esperei pelo anfitrião e de olhos fixos no fogo hipnotizador, acho que adormeci...

Quando dei por mim estava noutro sítio, com outras pessoas. O lugar já não me era estranho e as pessoas... Apesar dos seus rostos nada me dizerem, parecia conhecê-las desde sempre. Eram-me familiares, e além do mais, simpáticas e acolhedoras. Parecia que eu vivia e vivera ali desde sempre, no lugar do meu sonho. Senti o meu coração sorrir - era feliz! Tudo parecia... não direi perfeito porque até seria anormal se assim fosse, mas... Tudo parecia encaixar nos meus mais profundos desejos. Nas minhas mais insondáveis definições de Felicidade.

De repente, acordei de novo no lugar estranho. Era o anfitrião, que me entregava a chávena de chá e o pedaço de chocolate que deixei derreter na boca, ainda hipnotizada pelo fogo que me transportara ao Vale dos Sonhos... Onde me perdi... E fui feliz! Mas agora... Estava de novo na sexta nuvem a contar da esquerda e... continuava a ser um lugar estranho, embora agradável.

3 de fevereiro de 2006

Leva-me.

«Leva-me contigo, na palma da tua mão
Que eu já não consigo pisar mais este chão...»

Mão. Chão. Leva-me. Vamos voar... Fugir para um mundo onde os sofrimentos sejam apenas momentos passageiros que logo se esquecem. E as alegrias sejam memórias eternas de dias bons, de momentos felizes e de pessoas maravilhosas que diariamente cruzam os nossos caminhos. Como Tu.

Leva-me. Vamos voar para longe... Para onde a Fantasia reine e todos os nossos sonhos se possam tornar realidade. Para onde as pessoas valorizem o que lhes damos e o quanto nos entregamos... Para onde as crianças nunca cresçam e os idosos nunca envelheçam... Para um qualquer sítio onde não exista idade. Onde o tempo cristalize no momento que nos apetecer... Só para podermos apreciar por mais uns segundos aquele momento precioso que tantas vezes é fugaz. Aquele momento em que sentimos a Felicidade ali à distância de um passinho pequeno. Mas quando a vamos agarrar... Inevitavelmente ela nos foge das mãos e lá temos nós de percorrer mais um pedaço de caminho até a voltarmos a encontrar...

Leva-me. Vamos voar...






(mas para me levares... não será preciso que me encontres, primeiro?! estou mesmo aqui... mas pareces não ver, nunca ver.)

2 de fevereiro de 2006

Yupiiiiii!

Acabou, amigos! Acabou o suplício da época de exames! Não tenho de fazer nada em recurso!!! =) (para já, falta-me ainda saber Matemática...)

Estou tão contente. Superei-me! Fui capaz de vencer a primeira de muitas épocas de exames, com notas fixes e agora... com 3 semaninhas de férias à minha espera!!! =D

Ai, que alívio... =D Beijinho, beijinho, beijinho *