30 de abril de 2010

Enquanto houver estrada.

Nestes dias, pára-se para se pensar em TUDO.


Voltam a ficar frescas na memória as imagens dos primeiros dias, os sentimentos das primeiras horas, as impressões dos primeiros minutos. Lembramo-nos do primeiro berro "DE QUATRO!", lembramo-nos de quem mais nos berrou, de quem mais cantou, de quem mais riu e fez rir, de quem mais nos apoiou e de quem mais nos ensinou.


Revemos na mente os rostos de todos os que foram passando a fazer parte do nosso caminho. Recordamos os que entraram e saíram, os que passaram a correr, os que desapareceram de repente, os que voltaram ao fim de alguns meses ou anos. Sorrimos com a lembrança que ainda há tantos que entraram e ficaram e ocuparam um espaço que nunca hão-de perder. Tememos que alguém ainda se venha a perder, que daqui a alguns anos os laços já se tenham desvanecido e já nada seja igual.


Nestes dias, sente-se mais fundo o fim de uma etapa, o concluir de uma tarefa, o alcançar de um objectivo. Mas, mais do que a sensação de missão cumprida, mais do que o sentimento que demos tudo o que havia para dar e fomos tudo o que podíamos ser... mais do que isso, estes dias chegam para nos lembrar que há mais mundo lá fora, à espera que o vamos descobrir. E que isso pode ser aliciante ou assustador, desafiante ou perturbador, mas será sempre, sempre, diferente.


E mudar custa... É doce saber que vos tenho comigo, Amigos. É doce sabê-lo às portas de uma das semanas mais intensas da minha vida. Obrigada... a gente vai continuar! Juntos! =')


«Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar»

8 de abril de 2010

Amanhecer.

«Quis agarrar a ti o mar
Quis agarrar a ti o Sol
Quis que o mar fosse maior
Quis que o mar tocasse o Sol
Quis que a luz entrasse em nós
inundasse o lado frio
Quis agarrar a tua mão
e descer o nosso rio

Quero agarrar a ti o céu
Quero agarrar a ti o chão
Quero que a chuva molhe o campo
e que o campo seja teu
Para que eu cresça outra vez
Quero agarrar a ti raiz
Quero agarrar a ti o corpo
E eu quero ser feliz...

Quis agarrar a ti o barco
Quis agarrar a ti os remos
que usamos nas marés
quando as ondas são de ferro

Quero agarrar a ti a luta
Quero agarrar a ti a guerra
Quero agarrar a ti a praia
e o sabor de chegar a terra


Porque o mar tocou no Sol
Inundou o lado frio
Porque o Sol ficou em nós
e desceu o nosso rio
Por isso dá-me a tua mão
Não largues sem querer
Quero agarrar a ti o mar
eu quero é viver.

Se tens medo da dor
Vem ver o que é o amor
Se não sabes curar
Vem ser o que é amar

Quero ver-te amanhecer.»

[hoje, só porque sim. só porque desistir não (pode) faz(er) parte.]