29 de agosto de 2012

Liberdade de expressão?

A propósito desta notícia, ao ler alguns comentários (que expressam apenas opiniões que já conhecia e sabia difundidas), dei por mim a meditar sobre a liberdade de expressão. Não deveríamos apenas poder expressar-nos sempre e quando o que manifestássemos não fosse uma ofensa para outros? Ou insultar também faz parte da "liberdade de expressão"? Quer dizer, podemos e devemos ter opinião sobre o que se passa à nossa volta (eu própria também tenho e não me coíbo de a expressar), mas devemos ter liberdade para abertamente dizer "cobras e lagartos" das opções que outras pessoas tomam? Lembro-me, desde sempre, de me dizerem que "a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro"...

Por isso, caros anti-praxe(s) e demais pessoas que acham que a Praxe é "uma coisa imbecil" (sic) e que, por consequência, somos "imbecis" os que a "apreciamos"... lamento informar-vos, mas não têm a menor ideia do que é a Praxe. Porque a Praxe não é humilhação, nem agressão, nem qualquer tipo de violência, nem abuso, nem ofensa. Para isso, meus caros, a língua inglesa tem uma palavra que agora até está na moda (além de todas estas que já referi): bullying. E não é menos "bullying" por acontecer no Ensino Superior. Ainda que alguns lhe tentem chamar "praxe", isso não é a Praxe. Digo-vos eu, que fui praxada numa Casa onde a Praxe é feita como deve ser. Não é perfeita, não! Porque é levada a cabo por seres humanos que estão longe de ser perfeitos (eu incluída, claro!). Mas é um espelho do respeito, da dignidade e do sentimento de pertença que a Praxe em geral pretende incutir. E, sempre que assim não for, por favor, façam a única coisa que tem de ser feita (em qualquer caso de ofensa/violência/abuso/bullying): defendam-se. Ou seja, protestem, queixem-se, armem o escândalo, façam peixeirada, chamem a Polícia, chamem a TVI, escrevam ao Ministro! Mas falem! E, sobretudo, chamem "os bois pelos nomes" e, por favor, não chamem ao que "sofreram", Praxe. Mesmo que os energúmenos que sejam responsáveis por essas situações tentem dizer-vos que "é a praxe, é normal, é sempre assim". Porque não é! Nem muito menos tem de ser...

Cumprir-se-ão em Setembro sete anos desde que pisei pela primeira vez a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e a sua respectiva Praxe. Cumprir-se-ão em Outubro dois anos desde que saí da Faculdade.... porque da Praxe, dessa nunca sairei. Pelo menos no coração. Como já dizia a minha mãe, em cinco anos tirei dois cursos: um em Ciências Farmacêuticas e outro em Praxe... Mas eu prefiro dizer: em Espírito Académico e Amor por Farmácia.


21 de agosto de 2012

Ao sabor do vento...

Ocasionalmente, por mil e uma razões, fazemos planos infinitos para as férias. Sonhamos com praias paradisíacas, companhias inigualáveis, viagens inesquecíveis, reencontros com quem nunca vemos, grandes conversas a grandes mesas, como nos filmes, como nos sonhos.

Mas não há melhor do que as férias para as quais não planeámos nada de especial. As férias em que decidimos apenas descansar, retirar-nos e meditar, ir à praia que fica à porta de casa, encontrar quem o destino nos trouxer para perto, partilhar a mesa com a família de todos os dias... e respirar.

É aí que descobrimos e redescobrimos locais, pessoas, gestos, sorrisos, abraços, olhares, afinidades, conversas, amizades, laços. Porque as verdadeiras férias, as melhores, estão onde nós quisermos...
«But if i try to think
Of something better than this
Heaven comes down
And reminds the luck we live.»