3 de setembro de 2015

Perdão.

Olho à minha volta, vejo, leio, penso e repenso uma e outra vez no mesmo, enchem-se-me os olhos de lágrimas... E continuo a regressar à mesma frase: "Will God ever forgive us for what we've done to each other?" (do filme "Diamante de Sangue") Será? Será que continuará inequivocamente a perdoar-nos por tudo, tudo o que temos feito uns aos outros? A cada dia que passa o mundo parece um lugar mais assustador e, ao mesmo tempo, tudo parece tão longínquo deste pequeno recanto da Terra onde vivo os meus dias. Não sei se quero que este mundo seja o meu, não sei se quero ser considerada igual a estas pessoas que se fecham ao desespero e ao sofrimento dos irmãos, mas também não sei se estou a fazer tudo o que posso por ser diferente. A cada dia que passa, o ser humano vai contribuindo para que eu me desengane e deixe de acreditar que as pessoas são intrinsecamente boas mas cometem erros e têm atitudes más. Caminhamos não sei bem para onde, mas é importante que nos lembremos sempre, como li hoje num blog que admiro, que a Europa somos nós, o Mundo somos nós e nenhuma crítica, nenhum dedo apontado às atitudes dos outros nos ilibam de culpa. Não sei se alguma vez aprenderemos com os erros, mas só consigo pensar que um dia seremos olhados como a geração que permitiu que estes horrores acontecessem. E, Deus nos perdoe, havemos de nos enterrar mais e mais fundo nos nossos túmulos, cobertos de vergonha. Porque continuo sem compreender como algumas pessoas conseguem dormir com as suas próprias consciências. Como se podem perdoar a si próprios.

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