21 de março de 2017

Chuva de verão.

Vou de peito aberto,
entrego o meu coração.
Fecho os olhos,
abro os braços,
estendo a mão.

Vou às cegas
à procura do mundo,
dos outros,
de ti.

Não tenho medo do que é novo,
tenho medo do que é vazio.

Caminho sob a chuva,
deixo-me molhar.
Lavo a alma e os olhos,
deixo-me limpar.
E dentro de mim fica esse cheiro
a chuva de verão.

[2.7.16]

6 de março de 2017

Amar pelos dois.

Em 74 levámos "E depois do adeus", canção que dispensa apresentações e que marcou a nossa história. Três pontos na final, décimo-quarto lugar. Em 76 levámos "Uma flor de verde pinho", poema sublime de Manuel Alegre, interpretado pelo enorme e eterno Carlos do Carmo. Dois pontos na final, décimo-segundo lugar. Em 84 levámos "Silêncio e tanta gente", um "one woman show" de Maria Guinot absolutamente impressionante. Trinta e oito pontos na final, décimo-primeiro lugar.

Canções maravilhosas, ignoradas no grande "show" da música europeia. Canções-balada, cantadas em português. Também já levámos canções animadas como "A festa da vida", "Playback", "Conquistador" ou "O meu coração não tem cor". Salvo esta última, os resultados não foram muito melhores para este "tipo" de canções. Por isso, no dia em que alguém conseguir definir o que é "uma canção de festival", poder-se-ão classificar segundo esse critério as nossas participações. Enquanto isso não acontece, penso que a canção da Luísa e do Salvador é simplesmente uma belíssima balada de amor, digna representante da maravilhosa música que se faz no nosso país.