10 de abril de 2013

Um ano, sete meses e três dias.

Hoje este texto fez-me pensar. Há pequenas coisas com as quais não concordo, mas sem dúvida é impossível não me rever nesta descrição simples, emocional e verdadeira do que se sente quando se está "fora". A eterna sensação de nunca estar completamente "dentro", em nenhuma das "casas". Às vezes sabe a privilégio, outras vezes sabe a divisão. De tudo, principalmente de sentimentos.

"Há um medo palpável em viver noutro país e ainda que seja mais agudo nos primeiros meses ou até no primeiro ano da tua estadia, este medo nunca desaparece completamente à medida que o tempo passa. Simplesmente muda. A ansiedade que estava antes concentrada em como irias fazer amigos novos, adaptar-te e dominar as particularidades do idioma transformou-se na pergunta repetida: "O que é que eu estou a perder?" À medida que te instalas na tua nova vida e no teu novo país, à medida que o tempo passa e se torna menos uma questão de há quanto tempo estás aqui e mais uma questão de há quanto tempo foste embora, apercebes-te que a vida em "casa" continuou sem ti. As pessoas cresceram, mudaram de casa, casaram, tornaram-se pessoas completamente diferentes - e tu também." (tradução livre daqui: "What happens when you live abroad", de Chelsea Fagan)


2 comentários:

Anónimo disse...

«As pessoas cresceram, mudaram de casa, casaram, tornaram-se pessoas completamente diferentes - e tu também.»

[E às vezes custa tanto sentir isto]

Um xi grande!

Anónimo disse...

lembrei-me de imediato do antónio variações: só estou bem onde não estou.

as pessoas mudam e nós também onde quer que estejamos... mas é verdade, sendo filha de emigrantes, curiosamente a pergunta faz-se ao contrário: se tivessemos ficado, não estariamos melhor? Mas a vida é sempre um risco. O que nos é, como dizia alguém...just enjoy the ride.