16 de junho de 2006

Vatzlav.

Já não ia ao teatro há... anos. Sim, há anos. Sei que é um vergonha mas é a mais pura das verdades.

No entanto hoje redimi-me. Compensei anos de ausência visitando o Estaleiro Teatral (surpreendente, por sinal) e assistindo a uma peça simplesmente M-A-G-N-Í-F-I-C-A.

Vatzlav é algo de único, especial e sobretudo, diferente. Uma analogia de vida brilhante, um texto fabuloso a que dão vida um corpo de intérpretes realmente bom. Acho que não poderia ter vindo de lá com a alma mais cheia de tanta coisa: a alegria de umas horas bem passadas, o orgulho nos amigos que pisaram o palco com garra e atitude, donos de si mesmos e dos seus papéis, a inspiração de um texto com uma "moral" fabulosa que a todos deveria fazer pensar sobre "Quem é Vatzlav?" e afinal, quem é cada um de nós nesta ridícula micro-sociedade em que vivemos.

"Vatzlav, pai da Esperança, que do outro lado da margem nos convida e aguarda na aventura do querer e desejar, sermos mais do que simples números em cadeia." Assim fala Jorge Fraga, criador desta magnífica obra de arte que todos deveríamos saber apreciar. Assim o percebi eu, simples espectadora, que vi em Vatzlav também um pouco de mim...


Vão ao Estaleiro, vejam "Vatzlav" e venham de lá tão ricos como eu vim. Mas não ricos como os poderosos Sr. e Sra. Morcego... mas ricos como Vatzlav, que só quer ser livre e feliz.



["Vatzlav", de Slawomir Mrozek, Estaleiro Teatral (Aveiro), terças a sábados até 8 de Julho, às 21h30. VALE MESMO A PENA. =)]