Desde aquele ano, salta-me o coração quando o telefone toca a horas inesperadas e quando tenho mais de três chamadas perdidas da mesma pessoa. Desde aquele ano, o dia 17 de Setembro nunca mais foi o mesmo. E não gosto. Não gosto de recordar um dia aleatório só porque é o dia em que deixei de poder ouvir-te dizer "a minha Sarinha". Prefiro lembrar-me do 18 de Janeiro e do 10 de Setembro e não conjugar os verbos no passado para falar de ti. Mas já passaram 3 anos e não consigo escrever "17 de Setembro de 2013" sem ter de fazer um esforço por relembrar a tua voz.
Contar-te-ia tantas histórias e alegrias, sei que te orgulharias tanto de mim... Mesmo quando não sou capaz, porque para ti eu era sempre "a maior". Espero que possas ver-nos aos 5, a tua segunda geração, e vejas como estamos a crescer (eu menos, que já tenho pouco para crescer...). Espero que te orgulhes de nós. Fazes-me falta, avô.