16 de julho de 2014

Cacto-Girassol

O cacto que tenho na minha “secretária” do laboratório, pouco a pouco e de forma quase tímida, foi-se girando e crescendo em direcção ao lado onde lhe dá o sol. No princípio era uma coisita pequena e com mais folhas do que caule, mas pouco a pouco foi ganhando altura e hoje, do alto dos seus sete ou oito centímetros, olha o sol de folhas verdes bem crescidas e esticadinhas para receber nem que seja só um raiozinho de luz. As que estão um pouco mais abaixo e que, por isso, vêem menos o sol, vão ficando mais escuras, mais murchas, mais secas, até que naturalmente se soltam do caule e regressam à terra. Todo um ciclo de vida naqueles poucos centímetros de altura, num pequeno vaso que já pede reforma e num pouco de terra que já pede por mais.

Tenho pensado nisto, no meu cacto e na maneira como se girou para o sol, talvez por sentir que me faz falta girar-me para o “sol”. Também para o sol-estrela porque aqui em Santiago ele não abunda e a vitamina D faz muita falta ao corpo, mas principalmente para o sol que são as coisas boas, as boas notícias, os dias felizes, os acontecimentos alegres. Às vezes acho que devia ser mais realista e aceitar mais, conformar-me mais, sonhar menos e assim viver mais “preparada”. Mas depois olho para o meu cacto e para a forma como ele se gira para o sol para crescer e percebo que ser optimista é a minha única maneira de viver. Acreditar na realização dos meus sonhos mesmo quando encontro alguma pedra no caminho, é a minha forma particular de procurar o “sol”. Cairei muitas vezes do alto das minhas quimeras, talvez caia todos os dias um bocadinho, mas continuo a preferir viver lá em cima, olhos postos no sol.

1 de julho de 2014

Unbowed

"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find me unafraid.


It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:

I am the captain of my soul."

William Ernest Henley (1875)