Li por aí que hoje é o dia da Família. Hoje é sem dúvida um dos dias da minha (parabéns pequena Madalena! :) ), mas sobretudo saber disto fez-me pensar em quem somos e como vivemos.
Quando falo da minha família digo sempre que não somos muitos mas andamos sempre juntos para todo o lado. Porque os caminhos da vida nos levaram e continuarão a levar sempre por mil e um lugares, onde vamos construindo a(s) vida(s) e novos núcleos da mesma família, mas nem isso nos separa. Recordo as mil e uma celebrações familiares, mas principalmente vem-me à memória o dia da minha Imposição de Insígnias, com (quase) todos ali a ver-me rir e chorar e inundar-me de felicidade. Não sei se alguém levou tanta família como eu a esse evento, mas sei que não poderia ser de nenhuma outra forma. Um dia chegarei também ao fim desta luta e sei que os terei perto, de novo (porque não se pode estar mais perto do que aqueles que trazemos dentro).
A família é a casa das nossas primeiras e de todas as mais importantes recordações. Nela escrevemos algumas das páginas mais bonitas da nossa história e, às vezes, é nela que vamos buscar o que o tempo nos roubou da memória. Porque o corpo falha e pode chegar a apagar o que guardámos com tanto amor, mas enquanto tivermos quem nos recorde, teremos quem nos ajude a recordar. Neste dia da família oiço esta canção e penso que é nosso dever devolver a quem nos ama as suas memórias, da forma que melhor pudermos. Neste dia da família penso no medo de perder esses pedaços de história e na minha avó, que não se lembra do meu nome mas sorri sempre quando me vê, porque sabe que não somos estranhas. Quem me dera poder devolver-te a imagem da avó desempoeirada, despachada e activa que guardo comigo...