17 de setembro de 2015

Escolhi ser feliz.

Faz hoje 10 anos. Recebi uma chamada que confirmava as minhas previsões: tinha garantido o meu lugar na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Foi a melhor decisão da minha vida e, dez anos depois, só o posso confirmar.

Faz 10 anos que entrei em Farmácia, que fui caloira, que vesti de roxo, que fui praxada e, sobretudo, que comecei a viver os melhores anos destes 28 que cá cantam. Faz 10 anos que entraram na minha vida grandes amigos, dos mais velhos aos mais novos, pessoas maravilhosas que ainda hoje preenchem os meus dias de sorrisos e alegrias, apesar da distância. Pessoas que sinto saudades de abraçar, diariamente.

Faz 10 anos que comecei a aprender a ser farmacêutica, uma profissão nobre da que muito me orgulho. Mas também faz 10 anos (mais mês, menos mês...) que comecei a aprender a ser investigadora, a ser praxista, a ser Sirigaita, a ser AEFFUP, a trazer o roxo no coração e a levar esta marca onde quer que vá.

Não há coincidências. Há 10 anos fiz a melhor escolha da minha vida e jamais me hei-de arrepender. Por mais voltas que a vida dê, ainda que a vida mudasse tanto que nunca chegasse a exercer a minha profissão, naquelas quatro paredes de Aníbal Cunha eu fui MUITO feliz, e isso é algo que ninguém me poderá nunca roubar. Obrigada. :')

(neste agradecimento incluem-se todos os que estão perfeitamente identificados dentro de mim... os professores, os funcionários, o laboratório de QO, os doutores, os veteranos, os caloiros, os amigos, as direcções da AE, os 05/09+1, os Pintarolas... todos. :) )

(foto do meu amigo Quim Monteiro :) )

13 de setembro de 2015

Dias de sorte.

No silêncio dos segredos,
amanheceste em mim.
Foste luz na madrugada,
foste esperança no fim da noite,
foste vida saída da escuridão.
Amanheceste e fiz-me nova,
reconstruída do chão,
renascida das cinzas,
fénix de asas vermelhas no céu azul,
rio de prata a correr de novo para o mar.

E eu que sou de palavras,
aprendi a cor do silêncio,
voei ao sabor do vento,
iluminei caminhos com sorrisos,
construí castelos com abraços,
fiz-me nova, a cada dia,
e aprendi a ser feliz.

[05.05.2015]

3 de setembro de 2015

Perdão.

Olho à minha volta, vejo, leio, penso e repenso uma e outra vez no mesmo, enchem-se-me os olhos de lágrimas... E continuo a regressar à mesma frase: "Will God ever forgive us for what we've done to each other?" (do filme "Diamante de Sangue") Será? Será que continuará inequivocamente a perdoar-nos por tudo, tudo o que temos feito uns aos outros? A cada dia que passa o mundo parece um lugar mais assustador e, ao mesmo tempo, tudo parece tão longínquo deste pequeno recanto da Terra onde vivo os meus dias. Não sei se quero que este mundo seja o meu, não sei se quero ser considerada igual a estas pessoas que se fecham ao desespero e ao sofrimento dos irmãos, mas também não sei se estou a fazer tudo o que posso por ser diferente. A cada dia que passa, o ser humano vai contribuindo para que eu me desengane e deixe de acreditar que as pessoas são intrinsecamente boas mas cometem erros e têm atitudes más. Caminhamos não sei bem para onde, mas é importante que nos lembremos sempre, como li hoje num blog que admiro, que a Europa somos nós, o Mundo somos nós e nenhuma crítica, nenhum dedo apontado às atitudes dos outros nos ilibam de culpa. Não sei se alguma vez aprenderemos com os erros, mas só consigo pensar que um dia seremos olhados como a geração que permitiu que estes horrores acontecessem. E, Deus nos perdoe, havemos de nos enterrar mais e mais fundo nos nossos túmulos, cobertos de vergonha. Porque continuo sem compreender como algumas pessoas conseguem dormir com as suas próprias consciências. Como se podem perdoar a si próprios.