12 de fevereiro de 2008

Vontade(s).

A vontade é total e definitivamente uma coisa lixada. Quantas coisas não deixámos já de fazer usando como justificação a sempr'eterna "falta de força de vontade"? A mim já me aconteceu muitas vezes, talvez até vezes demais.

Mudar é duro, difícil, complexo. Mudar exige de nós uma vontade que nem sempre conseguimos encontrar dentro de nós, exige uma capacidade de, mais do que reconhecer o que está mal, agir em conformidade com isso. E isso não é simples, pelo menos para mim não é. Às vezes penso que tenho todas as cartas na manga para fazer o melhor dos truques de magia e transformar tudo o que posso num quadro mais perfeitinho. No entanto, falta-me a vontade de sair do sítio, de fazer o que é preciso, de me sacrificar para que a perfeição do quadro fique um pouco mais próxima. Como é possível não nos conseguirmos motivar para algo que sabemos ser importante, essencial e inevitável? Sabemos o que fazer, quando o fazer, como o fazer. No entanto, não saímos do cantinho onde nos enfiámos, onde nos torturamos diariamente com a voz da consciência a chamar-nos à inevitabilidade de seguir em frente e a voz do medo, desse enorme medo de voltar a fracassar a pedir-nos que fiquemos, só mais um dia, e outro, e outro, sem sair do sítio.

Todos os dias esse medo de voltar a não conseguir nos corrói mais um bocadinho e é difícil chegar a um momento em que conseguimos dizer: "Vou voltar a tentar". Desistir torna-se subitamente o caminho melhor, por ser o mais evidente, mais claro e mais simples.

É então que, de repente, alguém nos mostra que não sair do sítio nos pode prejudicar ainda mais do que tentar de novo, mesmo que fracassemos. E percebemos que não há fuga. Há que voltar a tentar, outra e outra vez, ainda que não consigamos entender o que está mal, o que fizemos de errado, e voltemos a atribuir a culpa à falta de força de vontade.

Porque o querer, esse existe, a força é que falta. E ainda não consegui perceber porquê. Mas, uma vez mais, eu volto a tentar... ainda que com pouca certeza de conseguir, desta vez, para variar.





[às vezes dá-me para estes desabafos e acho que foi pra isto mesmo que criei este blog... não levem demasiado a sério, são apenas pensamentos que cruzam a minha mente naqueles dias em que uma qualquer realidade me apanha de surpresa.]

26 de janeiro de 2008

This is what friends are for...

Porque... nunca é demais agradecer os amigos que cruzam o nosso caminho.

[liguem a música, e divirtam-se a ver as razões pelas quais eu acho que os meus amigos existem...]






[e, claro, perdoem-me os que aqui não estão... porque as imagens às vezes não conseguem ser tão completas como o que nos vai na alma. *]

20 de janeiro de 2008

Casos da Vida

[a minha amiga Joana alertou-me para o facto d'O Abrigo ainda não ter nenhum post de 2008 e com toda a razão... cá estou de novo.]



Já aqui fiz um comentário, há quase dois anos atrás, sobre o episódio final de uma telenovela. No entanto, hoje venho falar-vos precisamente do oposto: o episódio inicial de uma telenovela!!!

Pois bem, eu que deveria estar a estudar a bela disciplina de Química Bioinorgânica, detive-me em frente à televisão a tentar perceber o início de mais uma telenovela com um argumento nada aquém do já habitual TVIesco (ler têvêiêsco =P). Pois bem, meus caros, para quem não acompanhou o estrear de mais um filme-de-vidas da TVI, cá vai o que eu entendi (já que nem sequer sei o nome do raio da novela...):
- a novela é sobre vidas de mulheres, ou pelo menos centra-se muito nelas;
- que eu reparasse, 3 mulheres em particular:
a) A pobre-que-vive-com-o-bronco (a Paula Neves numa versão jamais vista), fala à bronca, ele é completamente monstruoso, bate-lhe, (evidentemente!!!), fez-lhe uma bela marca com uma navalhita de nada a dizer "Tó" nas costas (que é d'homem, claro!) e ela, não tem mais nada, depois de 10 anos a aturá-lo, toma lá que já almoçaste, uma facada na barriga que foi morar logo prós anjinhos... e sem estrebuchar!
b) A jovem (Rita Pereira, papel de modelo, mas bem caracterizada quando adoece) que é amante do piloto de aviões, que deixa a mulher por causa dela mas depois vai embora porque ela descobre que tem cancro de mama (o único assunto realmente sério na novela, mas muito estupidamente tratado) e está a fazer quimioterapia e ele não tem tempo para ir com ela porque tem que ir buscar o Pedrinho ao karaté (claro, porque ele tinha que ter um filhinho do primeiro casamento...); ah! ele não chega a assinar os papéis do divórcio e acho que volta para a mulher (é só um palpite, não acabei de ver o episódio...)
c) Por fim, a triste da gaja-toda-boa (pelo menos é o que eles dizem... é a Maria João Bastos) que tem 30 anos mas vai casar com o médico de 60 porque ele está cheio de dinheiro... ups, porque gosta muito dele, claro! Entretanto o filho que tem praí a idade dela não gosta nada dela, mas afinal gosta tanto que começam a fazer o que não devem e depois já só falta uma semana para o casamento e "ai meu Deus, vamos fugir" mas não fogem nada e afinal ela está grávida mas o velho fez uma vasectomia, mas ela não sabe e não sabe quem é o pai da criança... mas o filho/enteado/amante sabe!



E pronto, quando eu achava que isto dava enredo para mais uns 100 episódios, no mínimo, desligo a TV antes do fim do episódio e venho escrever a minha crítica... Qual não é o meu espanto quando encontro na net a informação de que isto é apenas... uma série!!! Que desilusão... Pelos vistos chama-se "Casos da Vida" e conta tudo num episódio só... o de hoje chamava-se "As Noivas de Maio"...

E eu a achar que tinhamos novela até 2009... Enfim... Valeu pelo gozo de vir aqui partilhar isto convosco... Um dia vejo a repetição para saber como acabou... já que estava à espera que só acabasse daqui a muitos meses! =D