12 de novembro de 2011

(um parêntesis)

Cada vez gosto mais de Lisboa. Das ruas empedradas, claras e luminosas. E das outras estreitas, "fechadas" por dois ou três andares de janelas de ferro, roupa estendida e cortinas de renda. Gosto do rio que já quase cheira a mar e da porta aberta ao mundo que é este Terreiro por onde tantos passam. Gosto das árvores da Avenida e das esplanadas da Rua Augusta. E de subir uma rua e encontrar um jardim, uma Praça que dá mesmo Alegria. Gosto de ver o Castelo, protector, e também de ver, do Castelo, esta cidade sobre o rio.

Hoje o dia está escuro e, ainda assim, gosto da luz de Lisboa e do vento que me desgrenha o cabelo, aqui sentada nesta pedra branca. É curioso como pode mudar a nossa opinião sobre uma cidade à medida que a começamos a conhecer e à medida também do nosso crescimento. Há seis, sete anos atrás, dizia a todos que não me imaginava a viver em Lisboa, que não iria gostar. Hoje, penso que não só seria perfeitamente capaz de o fazer como, muito provavelmente, gostaria muito.

Cada vez gosto mais de Lisboa.

Terreiro do Paço, Lisboa
11.11.11

20 de outubro de 2011

Uma noite para comemorar.

"Esta é uma noite pra comemorar
qualquer coisa que ainda podemos salvar do tempo
um lugar pra nós onde demorar
quando nada faz sentido
e se fica mais perdido
e se anseia pelo abraço de um amigo..."

Na terça-feira, porque há dias em que não jogo com o baralho todo, fui ao Porto e vim em menos de 12h. Possivelmente perguntar-se-ão vocês (se não me conhecerem bem): "o que é que esta gaja foi fazer ao Porto num dia normalíssimo de semana?" Pois bem, no dia 18 de Outubro de 2011, dia que ficará gravado na minha memória enquanto ela durar, eu fui ao IX Siriphonias.

Naquele dia, eu fui para ver, pela primeira vez desde a plateia, as Sirigaitas a actuar. Fui para reencontrar amigos e surpreendê-los. Fui para recordar momentos, caras, vozes, sorrisos, abraços. Fui para ver "o orgulho da Academia", o roxo e negro perfeitamente entrelaçados num amor a uma casa que não se explica. Fui para ver o Teatro Sá da Bandeira cheio com as 800 pessoas que, como eu, viveram este magnífico Festival e, assim, fui para me encher de orgulho. Fui para encher os olhos de lágrimas da saudade que tenho, ainda que me sinta tão, tão perto. Mas, acima de tudo, fui para regressar "a casa" e visitar aquela segunda família. Já alguém o disse muito melhor do que eu, mas nunca é demais dizer que isto de ser Sirigaita é um privilégio pelo qual apenas podemos estar gratas. Ter uma segunda família que nos acompanha quer estejamos longe ou perto e que nos faz sentir que temos mais um porto de abrigo onde regressar sempre que quisermos, é uma dádiva pela qual nunca terei agradecido o suficiente. Tenho a certeza que sou melhor pessoa por ser Sirigaita, mas sei que o sou por ter tanta "família" à minha volta.

A vocês, obrigada por me fazerem sentir sempre, sempre em casa. :')

11 de outubro de 2011

Se eu tivesse um barco...

... havia tanta coisa que eu faria. Sobretudo se fosse um barco destes, quase impossíveis de tão imaginados, quase irreais de tão fantasiados. Um destes que me levaria até às pessoas que não conheço, até onde a cidade encontra o céu, rumo a um Norte que me levasse a uma praia, a um porto. O que eu faria se tivesse um barco destes...



«Once I had a dream
Once I had a hope
That was yesterday
Not so long ago

This is not the end
This is just the world
Such a foolish thing
Such an honest girl»


[ E uma nota para dizer que esta é a 170ª vez que escrevo aqui... o tempo passa. Já lá vão quase 6 anos. ]