16 de dezembro de 2013

Dancing through the fire.

O ano aproxima-se do final e, inevitavelmente, trago à memória os tantos momentos que marcaram este 2013. Mas não, por hoje não venho fazer um balanço nem avaliar o que de melhor e pior vivi nestes 12 meses.

A questão de hoje é que paro para pensar e observo que termino este ano "13" numa curva descendente. E não gosto. Nunca me deixei ficar, nunca deixei que ninguém virasse costas sem ouvir tudo o que eu queria (e muitas vezes, não queria) dizer. Mas na segunda metade deste ano, sem sombra de dúvida, deixei-me cair uma e outra vez, cada vez com menos "recursos" para me levantar por mim própria e recuperar o que sou e o que posso ser. Tive sempre, felizmente, todas as mãos de que precisei para que a força "extra" nunca faltasse e o "levantar" fosse sempre uma realidade. Mas cresci também muito, dentro de mim, à força da necessidade de acreditar em mim própria, contra tudo, contra todos.


Chego ao final do ano cansada de lutar contra uma realidade que é tão, tão difícil de mudar (e tão improvável!). Mas chego também cada vez mais identificada com palavras como estas:

"I let you push me past the breaking point
I stood for nothing, so I fell for everything

You held me down, but I got up
Already brushing off the dust
You hear my voice, you hear that sound
Like thunder gonna shake the ground
You held me down, but I got up
Get ready 'cause I’ve had enough
I see it all, I see it now

I got the eye of the tiger, a fighter, dancing through the fire
'Cause I am a champion and you’re gonna hear me roar"

21 de novembro de 2013

Shake it out!

Estou cansada de ser optimista. Não pelo facto de o ser, evidentemente, porque é um traço de personalidade ao qual dificilmente posso fugir, essa inexplicável capacidade de ver sempre um ténue brilho ao fundo do túnel, essa habilidade para nunca me deixar afundar completamente. E não é mérito, não! É talvez inato, talvez fruto da educação que tive o privilégio de ter, talvez um pouco fruto da fé que alimento, também.

Mas enfim, estou cansada. Porque ser optimista é duro, porque levantar-se do chão nunca é fácil, mas tudo é tão pior quando à nossa volta as pessoas apreciam manter-se no chão, ver sempre o lado negro de tudo, resmungar, remoer, pôr sobre si próprias um pesado fardo que as impede até de simplesmente erguer a cabeça. Estou farta de ser a que vê as coisas mais bonitas do que realmente são, estou cansada de me alegrar com as coisas pequenas, já não suporto que me recordem que os males do mundo são tantos e tão grandes que tudo o resto se torna absolutamente insignificante.

Povo do mundo: deixem-me (ou deixem-nos, quero acreditar que há mais como eu por aí fora...) ser optimista, positiva, alegre, feliz. Deixem-me acreditar que o mundo às vezes é cor-de-rosa e bonito, porque há nele coisas boas e pessoas bonitas, mesmo que a austeridade nos corte as asas, a crise nos corte os sonhos e a fome, a guerra e a violência nos cortem a esperança. Por favor!

«And it's hard to dance
with a devil on your back
so shake him off!»

12 de outubro de 2013

525600

Ficou-me na retina um olhar, no ouvido uma frase: «Acreditas realmente que um dia, no teu leito de morte, vais pensar "Ah, óptimo, ninguém soube que eu era amável!"?»

Porquê envergonhar-nos de ser bons? Porquê o esforço de deixar uma imagem distante, fria, insensível até? Porque não dar-nos completamente, ainda que doa, ainda que custe, ainda que seja difícil? Afinal, como também ouvi hoje, "a vergonha é um sentimento desperdiçado". No fim, ninguém vai saber os nossos segredos, por isso, para quê guardar para nós mesmos o que é bom?

Porque tudo acaba. Às vezes cedo demais. E, aí, como mediremos as nossas vidas? "Em dias, em pores-do-sol? Em noites, em cafés? Em polegadas, em milhas? Em risos, em conflitos?"

"Que tal em AMOR?"


(de vez em quando, vale a pena pensar nisto. porque há sempre algo maior, mais importante do que as minhoquices do dia-a-dia.)