16 de janeiro de 2014

Blessed.

Se tivesse de escolher o que de melhor a vida me trouxe ao longo destes quase 27 anos, se tivesse de escolher mesmo só uma "coisa", não teria qualquer dúvida: as pessoas. Desde a família que não se escolhe mas que não trocaria por nenhuma outra até aos amigos que foram entrando e saindo mas, principalmente, acompanhando a minha viagem de viver. É sobre a amizade como pilar fundamental do meu dia-a-dia que reflicto neste arrancar de ano (já com 16 dias, eu sei, eu sei, mas é que eu demoro a "acordar" da época festiva... :) ).

Ter amigos que fazem parte do meu dia, que me ouvem e me respondem, que protestam, que me rebatem as ideias e me mandam dar uma volta, me dizem as verdades e as coisas nas quais eu não consigo acreditar, não tem preço. E, especialmente nos últimos dias, tenho pensado que se há coisa que um amigo te ensina é a não ser egoísta. Já fui genuinamente feliz porque um amigo acabou o curso, conseguiu um bom trabalho, se apaixonou de verdade, fez uma enorme viagem, casou ou teve um filho. E já se me apertou muito o coração porque um amigo perdeu alguém, teve um acidente ou sofreu uma daquelas chapadas imprevistas que só a vida sabe dar.

Mas o que nunca me deixa de surpreender é este desejo de que a felicidade chegue ao caminho dos meus amigos, incondicionalmente, inteira e plena, ainda que isso (n)os leve para uma distância física que faz o coração pequenino.

"Oh, if you're there
When the world comes to gather me in
Oh, if you're there
I will be blessed..."

["I will be blessed" - Ben Howard]

30 de dezembro de 2013

Medi em amor.

Dentro de algumas horas parto para a minha última viagem de 2013 e, simultaneamente, a primeira de 2014. Pela primeira vez desde que me lembro, fecharei um ano e abrirei as portas a outro fora de Portugal. Acaba por calhar bem! Uma passagem de ano diferente para encerrar dentro das gavetas da memória um ano que foi também tão diferente de todos os outros.

Gostava de fazer um balanço destes 12 meses, mas não sei se quero realmente pensar no resultado final dessa avaliação. Foi, sem dúvida, um ano de emoções muito fortes. De altos muitos altos e baixos muito baixos, de um coração que transbordou de orgulho e de medo, de felicidade e de angústia, sempre da mesma forma, com gordas gotas a escorrer-me pelo rosto. E penso melhor e foi, realmente, um ano bom. Porque tudo é caminho, tudo é memória, tudo é a minha história. E das lutas saí vencedora (de uma ou de outra forma), das quedas levantei-me mais forte, mais acompanhada, mais segura. E dos momentos bons... desses não posso lembrar-me sem suspirar de saudades dos sorrisos, dos abraços, dos pôres-do-sol, da praia, do ar puro, dos amigos e da família, das horas passadas a dançar, a cantar, a aparvalhar (algo tão necessário!), a fotografar, a passear, a rir, a aplaudir, a conversar, a comer, a beber, a ouvir, a amar, a viver. As lágrimas de alegria e orgulho que também se fizeram notar, essas que hoje põem um sorriso nos meus lábios e no mais profundo de mim, resumem bem este 2013: duro, intenso, bom. Apesar de tudo, contando com todos. :)

E porque a música é o que me define em tantas, tantas ocasiões, este balanço de fim de ano não podia terminar sem uma referência à canção que mais me marcou neste ano, talvez mesmo nos últimos anos. Por tudo o que significa e representa, mas principalmente pelo tanto, tanto que me fez pensar no que é realmente mais importante. 

"How do you measure, measure a year?
In daylights? In sunsets?
In midnights? In cups of coffee?
In inches? In miles?
In laughter? In strife?


Um 2014 bom, feliz, cheio de tudo o que for necessário, para todos os que tenho a felicidade de ter na minha vida! :)

20 de dezembro de 2013

De nenhum fruto queiras só metade.

As pessoas. E os lugares. E esta persistente mania de me aninhar onde encontro lugar, de me encaixar e de abrir o coração a amigos que se tornam "família", que fazem de qualquer lugar, "casa".

Pouco a pouco, o nó na garganta cresce e lembro-me que não gosto de despedir-me. Não gosto de partir, a menos que tenha data certa de voltar. E os cenários desenham-se na minha cabeça e o nó na garganta não diminui. E, ainda que saiba que não vos perderei, o nó na garganta não diminui. E é o único que dói.

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Las personas. Y los sitios. Y esta persistente mania de hacer nido donde encuentro lugar, de encajarme y abrir el corazón a amigos que se hacen "familia", que hacen de cualquier sitio, "casa".

Poco a poco, el nudo en la garganta crece y me acuerdo de que no me gusta despedirme. No me gusta partir, si no tengo fecha cierta de volver. Y los escenarios se dibujan en mi cabeza y el nudo en la garganta no disminuye. Y, aunque sepa que no os perderé, el nudo en la garganta no disminuye. Y es el único que duele.