8 de abril de 2014

This is war.

Sou, sempre fui e acredito que sempre serei uma firme defensora de que as batalhas que temos de enfrentar e os obstáculos que temos de ultrapassar são apenas e só aqueles que estão "à nossa altura", ou seja, aqueles que somos capazes de vencer. Não sei (nem quero saber!) como é viver uma guerra física, com armas e bombas e o medo a dominar tudo e todos.

O que sei é que algumas guerras psicológicas, emocionais, de pressões e opressões, de jogos de poder e de avestruzes que não deixam de enfiar a cabeça na terra são tremendamente esgotantes. Fazem nós na garganta e trazem a raiva para que se acumule, pouco a pouco, nos punhos cerrados, nas testas franzidas, nas palavras caladas à força e nas outras, gritadas às escondidas, quando é seguro fazê-las ouvir. E queremos ser bons e não deixar que nada disto se instale nem que doa, não deixar que nos consuma. Queremos acreditar que amanhã será outro dia, possivelmente melhor. Que eventualmente tudo acabará, com mais ou menos dor, com mais ou menos dificuldade, com mais ou menos cansaço.

A dúvida que permanece é, então, só uma: lutar a qualquer custo, com a fé posta na vitória independentemente das consequências, ou retirar-se sabendo que nada há-de mudar e que as baixas podem ser maiores que as conquistas? Quem dera houvesse um ponto intermédio, uma solução de compromisso, um acordo de paz...

2 de março de 2014

Shall we dance? :)

No início, que não sabemos bem quando foi ou como se deu, não pensei que te ias gravar desta forma, a ferro e fogo, em mim. Estava contente de começar a fazer amigos aqui, mas ainda não sabia que tu te tornarias "A" amiga, estava longe de imaginar que hoje me haveria de doer o peito ao deixar-te ir.

Li hoje esta frase: "Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade." Obrigada por acreditares em mim e me ajudares também a acreditar, por me mostrares a verdade das minhas limitações e me ofereceres a tua amizade genuína e desinteressada, apesar dessas limitações. Obrigada por me teres ajudado a ser melhor pessoa, mesmo que nem sempre o consiga demonstrar, mesmo que continue a falhar, muito.

Não sei se alguma vez encontrarei outra amiga como tu mas, para dizer a verdade, não preciso que isso aconteça. Porque apesar do nó na garganta que hoje me aperta, apesar da água que transborda do meu olhar, apesar de tudo o que me lembra, constantemente, que amanhã já estaremos longe, sei que continuamos perto. "Eu trago-te comigo e (já) sinto tanto, tanto a tua falta"...



26 de fevereiro de 2014

Roubada.

Queria dizer coisas bonitas e ser optimista e positiva e pensar que "vou ter mais uma casa onde ficar" e acreditar que tudo vai continuar igual, que a distância não muda nada, que o afastamento somos nós que o impomos ou o impedimos e todos esses clichés. Queria pensar que estou bem, que sou mais forte que isto, que não vai ser assim tão difícil, que não vou estar assim tão só. Queria acreditar, profundamente, dentro de mim, quando as pessoas me dizem que "outros aparecerão", que hei-de conhecer pessoas novas, que nada vai realmente mudar. Queria tudo isto, acreditem que sim.

Mas, por enquanto, só consigo sentir que a vida, injusta como só ela sabe ser, me está a roubar as minhas pessoas, aquelas com quem me habituei a viver, todos os dias, nos últimos dois anos e meio. Sem piedade, sem beleza, sem pena. E não, não vai ser tudo igual daqui para a frente. Porque a vida, irónica como só ela sabe ser, pôs no meu caminho pessoas que me completam e que, agora, vou ver e ouvir cada vez menos. E sim, eu sei que a separação depende de cada um de nós, mas também sei que a vida é lixada e rotineira e preenchida e, mesmo que queiramos muito, acabaremos por ter cada vez menos tempo para recordar que tudo pode continuar igual, se assim quisermos.

"Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir..."

[Mafalda Veiga - "Imortais"]