6 de setembro de 2010

Sabes, Cidade?

«Minha laranja amarga e doce,

Meu poema feito de gomos de saudade,

Minha pena, pesada e leve

Secreta e pura,

Minha passagem para o breve,

Breve instante da loucura.


Minha ousadia, meu galope, minha rédea,

Meu potro doido, minha chama,

Minha réstia de luz intensa, de voz aberta,

Minha denúncia do que pensa,

Do que sente a gente certa.


Em ti respiro, em ti eu provo,

Por ti consigo esta força que de novo

Em ti persigo, em ti percorro,

Cavalo à solta pela margem do teu corpo...


Minha alegria, minha amargura,

Minha coragem de correr contra a ternura...

Minha laranja amarga e doce,

Minha espada, poema feito de dois gumes,

Tudo ou nada.

Por ti renego, por ti aceito

Este corcel que não sossego,

À desfilada no meu peito...


Por isso digo: canção castigo,

Amêndoa, travo, corpo, alma,

Amante e amigo.

Por isso canto, por isso digo:

Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo.


Minha alegria, minha amargura,

Minha coragem de correr contra a ternura...


Minha ousadia, minha aventura,

Minha coragem de correr contra a ternura...»

[José Carlos Ary dos Santos, um senhor.]


E, de repente, podia ser eu a dirigir estas palavras a uma cidade de quem hoje me separei mais um bocadinho. Obrigada, Porto, por 5 anos de tudo e mais alguma coisa :')

26 de julho de 2010

Lovely.

«Isn't she lovely?
Isn't she wonderful?
(...)
Isn't she precious?»


For sure. And I'm so absolutely dreaming with her for the last few days... London, I'm coming in January... And I ain't gonna leave... at least for 6 months. =D

[a foto perfeitíssima é daqui: http://news.jasonhawkes.com/]

20 de julho de 2010

Ergue-te ao sol.

«É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.


É preciso recomeçar a viagem. Sempre.» [J.S.]