26 de março de 2012

Luz de Presença.

Hoje, como habitualmente, trago no peito e na mente tantos sentimentos e pensamentos que às vezes acho que não tenho espaço para tudo. Não é que não tenha tempo, embora isso seja a face mais evidente, mas a realidade é que não tenho espaço. Não tenho já por onde esticar a alma para que caiba tudo, não tenho. Por favor, dá-me descanso...

Dá-me tempo, dá-me espaço para respirar, dá-me clareza de ideias, dá-me segurança, dá-me fé em mim, nos outros, no tempo, na(s) história(s) que a duas, quatro, oito, mil mãos vamos escrevendo. Ilumina-me.

Dá-me luz para que veja o que há dentro de mim. Para que me possa "arrumar" e continuar. Para que cá dentro não seja só esta confusão desorganizada na qual nem eu própria sei viver. Dá-me luz para que veja o que há fora de mim. O que há à minha volta. O que conheço como a palma da minha mão e o que não podia ser mais desconhecido. 

Dá-me luz para que veja os buracos do caminho e os evite. Para que não sejam tão efémeros os cumes e os vales, mas possa caminhar numa planície mais... tranquila. Dá-me luz.

24 de março de 2012

Do engate.

Porque nos últimos dias (ou serão semanas?) tenho pensado muito nisto. E noutras coisas. E em tudo. Não é, exactamente e em teoria, isto que acontece? Sempre? E então, não devia funcionar? Mais vezes?...

"Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite pra passar...
Porque não vamos unidos?
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos?...

Tu estás só e eu mais só estou
E tu tens o meu olhar...
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta...

Vem que o amor não é o tempo, nem é o tempo que o faz...
Vem que o amor é o momento em que eu me dou, em que te dás...

Tu que buscas companhia,
Eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia,
Ser um corpo de prazer,
Ser o fim de mais um dia...

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada,
Antes de ti por alguém...
E eu sou melhor que nada...

Vem que o amor não é o tempo, nem é o tempo que o faz...
Vem que o amor é o momento em que eu me dou, em que te dás..."







[às vezes, juro que me pergunto que tipo de manto da invisibilidade me puseram em cima dos ombros...]

15 de março de 2012

Silently.

Palavras.
Apenas palavras.

Nem sempre dirigidas a nós próprios, nem sempre interpretadas da mesma forma como são ditas, mas sempre agrestes como armas. Com mais ou menos ironia, mais ou menos "simpatia", mais ou menos sinceridade. Agrestes, apenas, as palavras.

Rápidas como balas, são a forma mais fácil de, descontraidamente e sem sequer demonstrar intenção para tal, causar danos colaterais. Danos menores? Certamente. Mas, ainda assim, danos.

Vale o facto de não ripostar com a mesma arma. A capacidade de ouvir e tentar deixar passar, como se as "balas" não tivessem raspado também em mim, inadvertidamente, quiçá. Porque tudo passa, afinal. São "só" palavras, são "só" opiniões. Nem sei porque é que me fazem pensar...

9 de março de 2012

Keep your head up!

Se cumplieron 6 meses desde que llegué a Santiago y creo que ya puedo dejar que me vaya la olla y escribir aquí en castellano... Quizás porque hoy os quiero hablar de como me encuentro bien aquí. De como echo de menos a las personas y a las calles cuando no estoy. De como sonrío, aunque el día no empiece bien, solo porque he regresado. De como me hice aquí un nido, como en todos los sitios donde viví.

Y más, hoy os quiero decir que la gente que tenemos en nuestra vida es lo que más determina nuestra propia felicidad. Ser útil a alguien, echarle la mano cuando una vez más las piedras del camino le aparecieron sin que las estuviera esperando, decirle que todo pasará y que estaremos siempre cerca (porque no podía ser más verdad) es lo que de verdad nos rellena. Porque no estamos solos, nunca estaremos y si no hay nadie que nos pueda echar una mano una o otra vez... como lo haremos? Porque hoy fui yo quien extendió la mano, pero otro día seré yo la que va estar tirada en el suelo... Hoy fui yo la "friend of hers", fui yo quien le dijo que tenía los ojos brillantes... Pero y mañana? Quien voy a ser en esta escena?...

«I saw a friend of mine the other day,
and he told me that my eyes were gleamin'.
Oh I said I had been away, and he knew,
oh he knew the depths I was meanin'.
And it felt so good to see his face,
or the comfort invested in my soul.
Oh to feel the warmth of a smile,
when he said "I'm happy to have you home."
Ooh I'm happy to have ya home.»




(Y los castellano-hablantes que me perdonen los errores... Al final solo han pasado 6 meses! Hay tiempo para mejorar!)