No meu poema, existem versos soltos, brancos, vazios, coloridos, cheios, perdidos, determinados, insignificantes, desmedidos, tímidos, descontrolados, meus. Existe o meu ser forte e, sobretudo, o meu ser fraca. Existem, ou coexistem, o meu passado e o meu futuro. As minhas desilusões amarradas à terra e os meus sonhos com vontade de voar.
No meu poema existe uma rara e sã loucura dos dias brilhantes, que convive com a dor pequenina mas intensa, que fala do fundo de mim, nos dias escuros. Existe a coragem de gritar que nem tudo é como se merece e um pequeno rio que corre por dentro, no silêncio, porque merecer não chega. Existe um canto a uma só voz, uníssona, reflexo de tantos que cantam comigo o caminho a percorrer.
No meu poema, que raras vezes é poético, existem incontáveis passos inquietos, existem incontáveis horas de noite e de cansaço, mas também a luta de resistir até vencer ou adormecer. Porque no meu poema, neste poema que tenho vindo a escrever, há apenas um destino: a esperança do futuro.
[Sete anos de Abrigo mereciam algo especial...]
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