21 de janeiro de 2014

Dos bodes expiatórios...

Falemos, pois, de Praxe. Outra vez. Não porque tenha mudado de opinião (nem muito menos), desde que escrevi esse texto em Agosto de 2012 ou desde que contactei com a Praxe pela primeira vez, a 26 de Setembro de 2005. Mas porque, uma vez mais, me ferve o sangue com coisas que vou lendo por essa comunicação social fora.

Desta vez, porém, vou ser muito sucinta:

Os seis estudantes da Lusófona NÃO morreram no dia 15 de Dezembro por causa da Praxe.

Fui clara? Espero que sim. Infelizmente, aqueles seis jovens faleceram por uma (ou mais) de várias razões (que espero sinceramente que se cheguem a esclarecer!): 
  • Porque uma maldita onda os engoliu apanhando-os totalmente desprevenidos (como acontece em tantos verões!);
  • Porque foram totalmente inconscientes e acharam que era seguro estar na orla do mar, naquela noite, às escuras e em pleno inverno (seriam os primeiros a fazer uma inconsciência destas, não?);
  • Porque deram ouvidos a um tipo ainda mais inconsciente que eles, que achou divertido colocar os seus colegas (e amigos, acredito!) naquelas circunstâncias e, voluntariamente, lhe obedeceram;
  • Por mil e um motivos que até agora não podemos sequer imaginar.
Mas, de uma coisa eu tenho a certeza (porque a Polícia o confirma): os seis jovens não foram assassinados, ou seja, ninguém os agarrou pelo colarinho e os enfiou debaixo de água contra a sua vontade. E sim, já sei o que muitos dirão, que a "pressão de grupo", que a "exclusão dos que se negam a ser praxados", que a "idiotice que é a praxe que põe as pessoas nestas circunstâncias", etc etc. Esqueçam. A Praxe é, tal como taaaaantos outros "ambientes", voluntária. E, sim, nesse ambiente há bullying, em alguns sítios, tal como o há na escola, na equipa de futebol (ou outro desporto), nas forças armadas, em casa. Porque há pessoas na Praxe. E às vezes as pessoas conseguem ser muito, MUITO estúpidas. Mas não é por isso que se lhes deve oferecer um bode expiatório e atirar as culpas para cima da Praxe.

16 de janeiro de 2014

Blessed.

Se tivesse de escolher o que de melhor a vida me trouxe ao longo destes quase 27 anos, se tivesse de escolher mesmo só uma "coisa", não teria qualquer dúvida: as pessoas. Desde a família que não se escolhe mas que não trocaria por nenhuma outra até aos amigos que foram entrando e saindo mas, principalmente, acompanhando a minha viagem de viver. É sobre a amizade como pilar fundamental do meu dia-a-dia que reflicto neste arrancar de ano (já com 16 dias, eu sei, eu sei, mas é que eu demoro a "acordar" da época festiva... :) ).

Ter amigos que fazem parte do meu dia, que me ouvem e me respondem, que protestam, que me rebatem as ideias e me mandam dar uma volta, me dizem as verdades e as coisas nas quais eu não consigo acreditar, não tem preço. E, especialmente nos últimos dias, tenho pensado que se há coisa que um amigo te ensina é a não ser egoísta. Já fui genuinamente feliz porque um amigo acabou o curso, conseguiu um bom trabalho, se apaixonou de verdade, fez uma enorme viagem, casou ou teve um filho. E já se me apertou muito o coração porque um amigo perdeu alguém, teve um acidente ou sofreu uma daquelas chapadas imprevistas que só a vida sabe dar.

Mas o que nunca me deixa de surpreender é este desejo de que a felicidade chegue ao caminho dos meus amigos, incondicionalmente, inteira e plena, ainda que isso (n)os leve para uma distância física que faz o coração pequenino.

"Oh, if you're there
When the world comes to gather me in
Oh, if you're there
I will be blessed..."

["I will be blessed" - Ben Howard]