Falemos, pois, de Praxe. Outra vez. Não porque tenha mudado de opinião (nem muito menos), desde que escrevi esse texto em Agosto de 2012 ou desde que contactei com a Praxe pela primeira vez, a 26 de Setembro de 2005. Mas porque, uma vez mais, me ferve o sangue com coisas que vou lendo por essa comunicação social fora.
Desta vez, porém, vou ser muito sucinta:
Os seis estudantes da Lusófona NÃO morreram no dia 15 de Dezembro por causa da Praxe.
Fui clara? Espero que sim. Infelizmente, aqueles seis jovens faleceram por uma (ou mais) de várias razões (que espero sinceramente que se cheguem a esclarecer!):
- Porque uma maldita onda os engoliu apanhando-os totalmente desprevenidos (como acontece em tantos verões!);
- Porque foram totalmente inconscientes e acharam que era seguro estar na orla do mar, naquela noite, às escuras e em pleno inverno (seriam os primeiros a fazer uma inconsciência destas, não?);
- Porque deram ouvidos a um tipo ainda mais inconsciente que eles, que achou divertido colocar os seus colegas (e amigos, acredito!) naquelas circunstâncias e, voluntariamente, lhe obedeceram;
- Por mil e um motivos que até agora não podemos sequer imaginar.
Mas, de uma coisa eu tenho a certeza (porque a Polícia o confirma): os seis jovens não foram assassinados, ou seja, ninguém os agarrou pelo colarinho e os enfiou debaixo de água contra a sua vontade. E sim, já sei o que muitos dirão, que a "pressão de grupo", que a "exclusão dos que se negam a ser praxados", que a "idiotice que é a praxe que põe as pessoas nestas circunstâncias", etc etc. Esqueçam. A Praxe é, tal como taaaaantos outros "ambientes", voluntária. E, sim, nesse ambiente há bullying, em alguns sítios, tal como o há na escola, na equipa de futebol (ou outro desporto), nas forças armadas, em casa. Porque há pessoas na Praxe. E às vezes as pessoas conseguem ser muito, MUITO estúpidas. Mas não é por isso que se lhes deve oferecer um bode expiatório e atirar as culpas para cima da Praxe.
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