18 de dezembro de 2012

Sete.

No meu poema, existem versos soltos, brancos, vazios, coloridos, cheios, perdidos, determinados, insignificantes, desmedidos, tímidos, descontrolados, meus. Existe o meu ser forte e, sobretudo, o meu ser fraca. Existem, ou coexistem, o meu passado e o meu futuro. As minhas desilusões amarradas à terra e os meus sonhos com vontade de voar.

No meu poema existe uma rara e sã loucura dos dias brilhantes, que convive com a dor pequenina mas intensa, que fala do fundo de mim, nos dias escuros. Existe a coragem de gritar que nem tudo é como se merece e um pequeno rio que corre por dentro, no silêncio, porque merecer não chega. Existe um canto a uma só voz, uníssona, reflexo de tantos que cantam comigo o caminho a percorrer.

No meu poema, que raras vezes é poético, existem incontáveis passos inquietos, existem incontáveis horas de noite e de cansaço, mas também a luta de resistir até vencer ou adormecer. Porque no meu poema, neste poema que tenho vindo a escrever, há apenas um destino: a esperança do futuro.


[Sete anos de Abrigo mereciam algo especial...]

11 de dezembro de 2012

Hoje é o Dia! :)

Um dia vou falar de Ti... Hoje é o Dia! :)

«Ele dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. Até os adolescentes se cansam e se fatigam, e os jovens tropeçam e vacilam. Mas aqueles que confiam no Se­nhor renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer.» Is 40, 29-31

11.12.12 - Dia da Palavra - Missão Jubilar Diocese de Aveiro

20 de novembro de 2012

Norte.


O meu Pai acredita sempre em mim. Simplesmente, ele tem como garantido que eu vou ser capaz, porque acredita. Nunca duvida, nunca me diz que não é possível, o meu Pai apenas sabe que eu posso tudo. Realmente, às vezes, não posso, não consigo, não sou capaz. Mas o meu Pai também não dá demasiada importância a esses momentos, porque o caminho continua e “perder tempo” em algo que não saiu como esperávamos também não é algo que ele goste de fazer. O meu Pai é positivo de uma maneira meio estranha, mas é. E isso é importante.

O meu Pai faz de nós, as três mulheres da casa, as mais importantes. Mesmo que às vezes não diga, mesmo que às vezes não mostre, mesmo que às vezes nós não o entendamos. Mas eu sei que o meu Pai faz tudo, está em todo o lado e vai onde for preciso se alguma de nós apenas pedir. Porque, para ele, somos o mais importante. Ainda que de vez em quando o tenhamos que ler nas entrelinhas… mas eu leio. (e hoje quero que saibas que leio essas entrelinhas)

Não vou mentir – o meu Pai nem sempre compreende, nem sempre aceita, nem sempre tolera, nem sempre escuta. Mas eu também não. E, por isso, tantas vezes nos enfrentamos “de cabeça”, como se qualquer tema fosse a coisa mais importante do mundo… Quase nunca é. Mas se há alguém com quem não consigo deixar a meio uma discussão, é com o meu Pai. Nunca desistirei de lhe mostrar quem sou, como penso e como vivo, porque o aprendi dele. A não ter medo, a resistir, a levar a vida a peito, a fazer o que tiver de ser feito. Porque para o meu Pai tudo é importante, tudo é válido, tudo é merecedor de atenção.

O meu Pai tem, como creio que terão todos os bons pais, muito orgulho no que eu fui fazendo e conquistando nestes curtos 25 anos. E não é que eu tenha feito ou conseguido grandes coisas, mas para ele todas as pequenas coisas são importantes. E mesmo que não o diga sempre, eu sei. E vivo, todos os dias, para estar à altura desse orgulho. Mesmo quando discuto, mesmo quando protesto, mesmo quando não tenho razão, mesmo quando não tenho paciência. Porque, apesar de tudo isso, não quero desiludir o meu Pai. Porque preciso dele e de tudo o que ele me ensinou e ensina.

O meu Pai hoje faz anos e não o ia deixar ficar sem direito a este momento… Porque, ainda que ele às vezes ache que não, é nele que está um dos meus Nortes e, a cada momento, parte da minha alma parte ao seu encontro. Como hoje! :) Parabéns, Pai!


«Sabes que te llevo dentro mío, igual que yo sé que tu… me llevas dentro.»