Sete anos depois da minha primeira Queima das Fitas, parti este sábado para o Porto com um aperto no peito que não conseguia descrever. Parecia ansiedade, saudade antecipada, mas era também orgulho e admiração e felicidade. Dentro do meu peito havia um nó tão grande de emoções que podia já antecipar as muitas lágrimas que haviam de aliviar essa pressão e exprimir o que nem sempre as palavras conseguem.
Queria ver-vos, abraçar-vos, guardar-vos no meu abraço só mais uns minutos, enquanto o tempo e a vida não vos levarem para longe, para onde os vossos sonhos quiserem ir. Queria dizer-vos, uma vez mais, o quanto agradeço, dia após dia, que nos tenhamos cruzado naquela casa que nos fez adultos, homens e mulheres, pessoas maiores, em tantos e tão diversos sentidos. Queria dizer-vos que fui muito feliz convosco, mesmo nas dificuldades e nas pequenas divergências, que fui muito mais feliz convosco do que alguma vez poderia esperar. Queria dizer-vos que estou onde me quiserem, sempre, ao vosso lado, à vossa disposição, ao vosso serviço.
E, uma vez mais, tudo aconteceu de repente, o tempo voou e aquelas pouco mais de 24 horas em que estive no Porto passaram a correr, entre abraços, sorrisos e muitas, muitas lágrimas. Lágrimas de orgulho e felicidade, de alguma nostalgia, também. Mas sobretudo, lágrimas de alegria, de sensação de missão cumprida, de fecho de um ciclo, de conclusão, em glória, de um caminho. Vi-vos adultos, homens e mulheres, pessoas maiores e vi como conseguiram apreciar esse momento. Como o mereceram. Como o viveram. E essa intensidade, esse brilho nos olhos, esse sabor a pouco, a tempo que não volta, a efémero, a algo tão profundo como feliz... inconfundível. Esse olhar que é mistura de alegria e saudade, que é dor de deixar para trás algo tão profundamente bom e alegria de concluir mais uma etapa... é inesquecivelmente familiar.
Voltei com o coração a transbordar de um amor que nunca poderei explicar. De uma sensação de ter contribuído com o meu pequeno grão de areia para esse castelo gigante que vocês construíram. E que é vosso, completamente vosso, mesmo que dois ou três grãos de areia vos tenham sido dados por outros como eu. Porque vocês quiseram acolhê-los, entendê-los e usá-los da melhor maneira.
Aos caloiros exemplares de 2007+1, aos finalistas exemplares de 2013... obrigada.
"Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
E o mundo nos leve pra longe de nós
Nunca mais estaremos perdidos..."
Somos UM só.