Semanas e semanas depois, começo a sair da negação. Acabou. Acabaram estes dois anos, 5 meses e 15 dias de convivência quase diária, de histórias e aventuras, de uma gargalhada ali mesmo ao virar da esquina, de mil e uma conversas e discussões, sobre tudo e mais alguma coisa.
Começo a ter consciência de que tão cedo não iremos juntos ao ginásio ou à missa em São Francisco, que provavelmente nunca mais almoçaremos os 3 em "família", naquele 8º andar da Praça da Galiza, ao som das "tuas" músicas, que só através de ti cheguei a conhecer. Tu, que sempre disseste que isto é uma cápsula no tempo e que é assim que temos de entender que nada do que aqui se cria pode durar para sempre.
Desculpa, mas vou ter de te dizer que não tens razão. Há coisas que nem um oceano atlântico inteiro pode fazer esquecer. Acabam agora dois anos, 5 meses e 15 dias de convivência quase diária, continua uma vida inteira de amizade à nossa frente, a atravessar oceanos, a ultrapassar distâncias.
Hoje, o sítio onde te sentaste durante tantos dias deste tempo, mesmo ali ao meu lado, ficou vazio, completamente vazio, e eu comecei a sair da negação. Já não mais serei "musa inspiradora", se não tiver a quem inspirar... :) E, quando a ignorância me assaltar, já não poderei ter-te ali, mesmo "à mão", para me explicar tudo direitinho, até que eu perceba. Seguiremos juntos, unidos por tanto que vivemos nesta "cápsula", mas... porra! Maldita saudade, que já se entranha...
"Recibiré postales del extranjero,
(...) ¿Cómo están todos? Te echo de menos.
Cómo pasa el tiempo...
(...) ¿Cómo están todos? Te echo de menos.
Cómo pasa el tiempo...
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