Já levei tantas chapadas que pensei que já não ia doer. Já fui tantas vezes atirada ao chão que achei que tinha de deixar de doer em algum momento. E continuo a perguntar "para quê". Se a vida me dá tantos sinais, porque insisto em achar que eu é que tenho razão, que o meu projecto é que está certo, que o caminho por onde quero ir é o meu? Se erguer a cabeça, levantar-me do chão e recomeçar se torna cada dia mais difícil, porque é que insisto? Porque é que hei-de ter eu razão?
Não somos os mesmos no fim de uma guerra e sobretudo quando de todas as batalhas saímos derrotados. Mudamos. Tornamo-nos, muitas vezes, pessoas que não gostamos de ser. E talvez seja mais corajoso desistir de perder e conformarmo-nos com um caminho que, não sendo o que sonhámos, talvez seja o que temos de aceitar. Porque nem tudo vale a pena, mesmo quando a alma não é pequena.
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