13 de dezembro de 2010

Encontros

Hoje aconteceu-me um daqueles momentos a que habitualmente chamamos encontros fortuitos. Às vezes, não sei se é tão comum como isso, mas penso que sim, há pessoas que se cruzam connosco num determinado momento, há uma interacção por qualquer motivo, há uma coincidência e depois essas pessoas desaparecem sem deixar rasto, porque se trataram apenas de um encontro fortuito, aleatório, independentemente de ter sido mais ou menos agradável.

Hoje, no autocarro, um rapaz simpático apanhou a minha mala que caiu numa travagem mais brusca, saiu à minha frente na mesma paragem que eu, percorreu à minha frente o mesmo caminho até casa, entrou no mesmo prédio que eu e desapareceu como fumo pelas escadas acima.

Achei curioso, a quantidade de pessoas que percorrem os nossos caminhos e nem damos por elas. :)

2 de dezembro de 2010

Hughes Parry

Agora sim, é certo. Vai ser aqui, de 5 de Janeiro a 25 de Junho. Aqui vou ser feliz! :)


Habemus casa na City! :D

21 de outubro de 2010

Início.

«A principio é simples, anda-se sozinho,
Passa-se nas ruas bem devagarinho,
está-se bem no silêncio e no burburinho,
bebe-se as certezas num copo de vinho...
E vem-nos à memória uma frase batida...

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo,
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo,
diz-se do passado que está moribundo,
bebe-se o alento num copo sem fundo...
E vem-nos à memória uma frase batida...

E é então que amigos nos oferecem leito,
entra-se cansado e sai-se refeito,
luta-se por tudo o que se leva a peito,
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito!
E vem-nos à memória uma frase batida...

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja,
olha-se para dentro e já pouco sobeja,
pede-se o descanso, por curto que seja,
apagam-se dúvidas num mar de cerveja...
E vem-nos à memória uma frase batida...

Enfim duma escolha faz-se um desafio,
enfrenta-se a vida de fio a pavio,
navega-se sem mar, sem vela ou navio,
bebe-se a coragem até dum copo vazio...
E vem-nos à memória uma frase batida...

E entretanto o tempo fez cinza da brasa,
e outra maré cheia virá da maré vaza,
nasce um novo dia e no braço outra asa,
brinda-se aos amores com o vinho da casa...
E vem-nos à memória uma frase batida...


HOJE É O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA [MINHA] VIDA!»

6 de setembro de 2010

Sabes, Cidade?

«Minha laranja amarga e doce,

Meu poema feito de gomos de saudade,

Minha pena, pesada e leve

Secreta e pura,

Minha passagem para o breve,

Breve instante da loucura.


Minha ousadia, meu galope, minha rédea,

Meu potro doido, minha chama,

Minha réstia de luz intensa, de voz aberta,

Minha denúncia do que pensa,

Do que sente a gente certa.


Em ti respiro, em ti eu provo,

Por ti consigo esta força que de novo

Em ti persigo, em ti percorro,

Cavalo à solta pela margem do teu corpo...


Minha alegria, minha amargura,

Minha coragem de correr contra a ternura...

Minha laranja amarga e doce,

Minha espada, poema feito de dois gumes,

Tudo ou nada.

Por ti renego, por ti aceito

Este corcel que não sossego,

À desfilada no meu peito...


Por isso digo: canção castigo,

Amêndoa, travo, corpo, alma,

Amante e amigo.

Por isso canto, por isso digo:

Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo.


Minha alegria, minha amargura,

Minha coragem de correr contra a ternura...


Minha ousadia, minha aventura,

Minha coragem de correr contra a ternura...»

[José Carlos Ary dos Santos, um senhor.]


E, de repente, podia ser eu a dirigir estas palavras a uma cidade de quem hoje me separei mais um bocadinho. Obrigada, Porto, por 5 anos de tudo e mais alguma coisa :')

26 de julho de 2010

Lovely.

«Isn't she lovely?
Isn't she wonderful?
(...)
Isn't she precious?»


For sure. And I'm so absolutely dreaming with her for the last few days... London, I'm coming in January... And I ain't gonna leave... at least for 6 months. =D

[a foto perfeitíssima é daqui: http://news.jasonhawkes.com/]

20 de julho de 2010

Ergue-te ao sol.

«É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.


É preciso recomeçar a viagem. Sempre.» [J.S.]

7 de junho de 2010

Total eclipse of the heart.

«- Oh, Walter, está a acontecer uma coisa horrível - disse ela quando ele atendeu. - Estou a apaixonar-me.
- Bom para ti, querida - disse Walter em voz baixa, imediatamente. - Apaixonarmo-nos nunca é horrível, nunca.
Greenie disse:
- Walter, isso é a coisa mais estúpida que alguma vez te ouvi dizer.
- Não - disse ele com firmeza. - Só depende do que queremos fazer com o amor em que caímos.»

("Pelo Mundo Fora", Julia Glass)

17 de maio de 2010

Aos 23, só de uma vez. =)

Hoje, não podia passar de hoje.

Hoje tinha que vir aqui dizer que SOU FELIZ! Porque há momentos em que hesito, em que tenho medo e em que recuo. Porque há períodos em que não acredito, em que desisto ou quero desistir e em que não sou capaz de afirmar isto que hoje vim aqui dizer.

Mas hoje, depois das 24 horas de aniversário mais intensas de sempre, hoje tenho que dizer que sou muito feliz! Sou feliz porque tenho a oportunidade de festejar 23 anos de uma vida tão plena quanto possível, onde os dias têm sempre muito mais do que 24 horas e os momentos se gravam como inscrições eternas dentro de mim. Sou feliz porque chego aos 23 anos com um conjunto de pessoas que me enchem o coração de uma alegria imensa, que me mostram como é possível alguém nos marcar para sempre e nos dar a certeza que daqui a mais 23 e mais 23 continuaremos juntos ou, pelo menos, à distância de um qualquer artefacto da tecnologia.

Nunca sonhei que a primeira vela que eu sopraria no meu 23º aniversário seria o Círio do Cenáculo Nacional. Nunca imaginei que faria uma directa para cumprir um compromisso no meu 23º aniversário e honrar as minhas responsabilidades. Nunca pensei que neste dia iria estar tão perto de tudo o que me é tão especial.

Foi o aniversário mais fora do vulgar dos últimos anos e só posso agradecer a todos os que estiveram perto de mim neste dia para me lembrarem o quanto eu sou feliz! =')


[daqui a uns dias virei falar mais do Cenáculo e da Queima... é muito ciclo a fechar ao mesmo tempo para a minha capacidade descritiva... =')]

30 de abril de 2010

Enquanto houver estrada.

Nestes dias, pára-se para se pensar em TUDO.


Voltam a ficar frescas na memória as imagens dos primeiros dias, os sentimentos das primeiras horas, as impressões dos primeiros minutos. Lembramo-nos do primeiro berro "DE QUATRO!", lembramo-nos de quem mais nos berrou, de quem mais cantou, de quem mais riu e fez rir, de quem mais nos apoiou e de quem mais nos ensinou.


Revemos na mente os rostos de todos os que foram passando a fazer parte do nosso caminho. Recordamos os que entraram e saíram, os que passaram a correr, os que desapareceram de repente, os que voltaram ao fim de alguns meses ou anos. Sorrimos com a lembrança que ainda há tantos que entraram e ficaram e ocuparam um espaço que nunca hão-de perder. Tememos que alguém ainda se venha a perder, que daqui a alguns anos os laços já se tenham desvanecido e já nada seja igual.


Nestes dias, sente-se mais fundo o fim de uma etapa, o concluir de uma tarefa, o alcançar de um objectivo. Mas, mais do que a sensação de missão cumprida, mais do que o sentimento que demos tudo o que havia para dar e fomos tudo o que podíamos ser... mais do que isso, estes dias chegam para nos lembrar que há mais mundo lá fora, à espera que o vamos descobrir. E que isso pode ser aliciante ou assustador, desafiante ou perturbador, mas será sempre, sempre, diferente.


E mudar custa... É doce saber que vos tenho comigo, Amigos. É doce sabê-lo às portas de uma das semanas mais intensas da minha vida. Obrigada... a gente vai continuar! Juntos! =')


«Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar»

8 de abril de 2010

Amanhecer.

«Quis agarrar a ti o mar
Quis agarrar a ti o Sol
Quis que o mar fosse maior
Quis que o mar tocasse o Sol
Quis que a luz entrasse em nós
inundasse o lado frio
Quis agarrar a tua mão
e descer o nosso rio

Quero agarrar a ti o céu
Quero agarrar a ti o chão
Quero que a chuva molhe o campo
e que o campo seja teu
Para que eu cresça outra vez
Quero agarrar a ti raiz
Quero agarrar a ti o corpo
E eu quero ser feliz...

Quis agarrar a ti o barco
Quis agarrar a ti os remos
que usamos nas marés
quando as ondas são de ferro

Quero agarrar a ti a luta
Quero agarrar a ti a guerra
Quero agarrar a ti a praia
e o sabor de chegar a terra


Porque o mar tocou no Sol
Inundou o lado frio
Porque o Sol ficou em nós
e desceu o nosso rio
Por isso dá-me a tua mão
Não largues sem querer
Quero agarrar a ti o mar
eu quero é viver.

Se tens medo da dor
Vem ver o que é o amor
Se não sabes curar
Vem ser o que é amar

Quero ver-te amanhecer.»

[hoje, só porque sim. só porque desistir não (pode) faz(er) parte.]

15 de março de 2010

Congresso DCV - EU VOU!


Quem for estudante/profissional de saúde ou interessado no tema e não marcar presença neste Congresso... é um ovo podre. E tenho dito.

[ mais informações em http://congressoffup.farmasoul.info ]

5 de março de 2010

Regressar.

Quando no fim da festa o silêncio da noite se entranha no corpo e o caminho até casa é feito a sós com os meus botões, com as mãos vazias nos bolsos para não arrefecerem... não consigo evitar pensar que falta qualquer coisa. Que o caminho não devia ser assim... Que em algum momento já devia ter sido diferente.

Porque voltar a casa apenas na companhia da mente que saltita e do silêncio escuro da cidade... faz-me lembrar que tropeço sempre nos mesmos "degraus". E não valia a pena...

["Seems so far I have gone down this road... only to find that it ends."]

24 de fevereiro de 2010

5 de fevereiro de 2010

25 =)

No final de um dia menos bom, a força vem de nos lembrarmos que há sempre coisas boas, pessoas boas, momentos bons.


Parabéns por 25 magníficos anos! Parabéns, meu anjo, obrigada por me protegeres sempre. [*]

4 de fevereiro de 2010

Incompetências.

Hoje pode acontecer que nem todos compreendam o post, desculpem-me quem não conhece a "peça"...

Adooooooro professores incompetentes, que faltam a 3/4 das aulas teóricas do semestre porque lhes dói o dedo mindinho, que não dão uma única aula laboratorial no semestre inteiro, que fazem um exame lixado e nem lá põem os pés para tirar eventuais dúvidas, não passam pauta para comprovarmos presença no exame, arranjam uns personagens do espaço para vigiar os queridos estudantes, mandam mails a dizer "nenhum aluno será prejudicado, tenho muito carinho por todos vós" e blá blá blá... E mais de 15 dias depois da realização desse brilhante exame, a uma semana do exame de recurso (ou seja, no limite do prazo definido pelas normas de avaliação), ainda não publicaram as notas! Pra quê? O que importa é que "se tudo souberem, nada terão a temer"...

Grrr... Como diz uma boa amiga, "até parece que está mesmo a corrigir os exames"!


[e sim, eu sei que ainda corro o risco de chumbar a esta cena e estar lá sentadinha com o exame à frente na próxima quarta-feira... mas que se lixe! detesto que me façam de parva! e a incompetência enjoa-me profundamente.]

[EDIT: por acaso até passei, com 12. mas a fúria resiste... incompetência é que não!]

2 de fevereiro de 2010

The way I am...

«If you were falling, then I would catch you
You need a light, I'd find a match

Cause I love the way you say good morning
And you take me the way I am...»

[Ingrid Michaelson - "The way I am"]


[porque é bom sonhar com coisas bonitas, como esta. =)]


1 de fevereiro de 2010

Arrepio musical

Hoje apeteceu-me dizer isto:


E eu nem sou muito de apoiar esta gente. Mas hoje soube-me particularmente bem... E nem que fosse só por este momento de há uns tempos, merece ter uma oportunidade. =)

30 de janeiro de 2010

Arrependimentos.

Hoje, estava muito cansada e não me apetecia nada ir à missa. Acabei às compras no supermercado para preencher três belos cabazes que amanhã irão a leilão e o trabalho prolongou-se e acabei mesmo por não ir à missa. Hoje, se calhar, devia ter ido.


«Eles combaterão contra ti, mas não vencerão, porque Eu estarei contigo para te proteger.» [Jer 1, 19]

«O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará.» [1 Cor, 13, 1-8]

29 de janeiro de 2010

Mudanças

Qualquer dia é bom para quebrar o inadvertido blackout que sem intenção impus a este meu Abrigo e hoje parece-me um dia tão bom como os outros. Tenho assuntos pendentes, coisas que gostaria de vos dizer e que por vezes me enchem a cabeça. Tenho desafios que me foram deixados e que até parece que me esqueci, mas não! Queria ter dito que sem dar conta já passaram 4 anos desde que criei este meu pequeno espaço e... esqueci-me. Queria ter dito que o Ano Novo ia marcar a Vida Nova deste Abrigo mas não tive inspiração. Fui adiando e não tinha vontade de escrever.

Hoje é o dia de começar de novo, de fazer diferente. Hoje (espero eu) começa uma vida nova deste Meu Abrigo.

E a primeira coisa que me apetece dizer-vos é que pensava que a partir de uma certa idade as meninas deixavam de sonhar com noites de príncipes e princesas, mas ontem percebi que não...

(foto do Nuno Rodrigues)