18 de dezembro de 2012

Sete.

No meu poema, existem versos soltos, brancos, vazios, coloridos, cheios, perdidos, determinados, insignificantes, desmedidos, tímidos, descontrolados, meus. Existe o meu ser forte e, sobretudo, o meu ser fraca. Existem, ou coexistem, o meu passado e o meu futuro. As minhas desilusões amarradas à terra e os meus sonhos com vontade de voar.

No meu poema existe uma rara e sã loucura dos dias brilhantes, que convive com a dor pequenina mas intensa, que fala do fundo de mim, nos dias escuros. Existe a coragem de gritar que nem tudo é como se merece e um pequeno rio que corre por dentro, no silêncio, porque merecer não chega. Existe um canto a uma só voz, uníssona, reflexo de tantos que cantam comigo o caminho a percorrer.

No meu poema, que raras vezes é poético, existem incontáveis passos inquietos, existem incontáveis horas de noite e de cansaço, mas também a luta de resistir até vencer ou adormecer. Porque no meu poema, neste poema que tenho vindo a escrever, há apenas um destino: a esperança do futuro.


[Sete anos de Abrigo mereciam algo especial...]

11 de dezembro de 2012

Hoje é o Dia! :)

Um dia vou falar de Ti... Hoje é o Dia! :)

«Ele dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. Até os adolescentes se cansam e se fatigam, e os jovens tropeçam e vacilam. Mas aqueles que confiam no Se­nhor renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer.» Is 40, 29-31

11.12.12 - Dia da Palavra - Missão Jubilar Diocese de Aveiro

20 de novembro de 2012

Norte.


O meu Pai acredita sempre em mim. Simplesmente, ele tem como garantido que eu vou ser capaz, porque acredita. Nunca duvida, nunca me diz que não é possível, o meu Pai apenas sabe que eu posso tudo. Realmente, às vezes, não posso, não consigo, não sou capaz. Mas o meu Pai também não dá demasiada importância a esses momentos, porque o caminho continua e “perder tempo” em algo que não saiu como esperávamos também não é algo que ele goste de fazer. O meu Pai é positivo de uma maneira meio estranha, mas é. E isso é importante.

O meu Pai faz de nós, as três mulheres da casa, as mais importantes. Mesmo que às vezes não diga, mesmo que às vezes não mostre, mesmo que às vezes nós não o entendamos. Mas eu sei que o meu Pai faz tudo, está em todo o lado e vai onde for preciso se alguma de nós apenas pedir. Porque, para ele, somos o mais importante. Ainda que de vez em quando o tenhamos que ler nas entrelinhas… mas eu leio. (e hoje quero que saibas que leio essas entrelinhas)

Não vou mentir – o meu Pai nem sempre compreende, nem sempre aceita, nem sempre tolera, nem sempre escuta. Mas eu também não. E, por isso, tantas vezes nos enfrentamos “de cabeça”, como se qualquer tema fosse a coisa mais importante do mundo… Quase nunca é. Mas se há alguém com quem não consigo deixar a meio uma discussão, é com o meu Pai. Nunca desistirei de lhe mostrar quem sou, como penso e como vivo, porque o aprendi dele. A não ter medo, a resistir, a levar a vida a peito, a fazer o que tiver de ser feito. Porque para o meu Pai tudo é importante, tudo é válido, tudo é merecedor de atenção.

O meu Pai tem, como creio que terão todos os bons pais, muito orgulho no que eu fui fazendo e conquistando nestes curtos 25 anos. E não é que eu tenha feito ou conseguido grandes coisas, mas para ele todas as pequenas coisas são importantes. E mesmo que não o diga sempre, eu sei. E vivo, todos os dias, para estar à altura desse orgulho. Mesmo quando discuto, mesmo quando protesto, mesmo quando não tenho razão, mesmo quando não tenho paciência. Porque, apesar de tudo isso, não quero desiludir o meu Pai. Porque preciso dele e de tudo o que ele me ensinou e ensina.

O meu Pai hoje faz anos e não o ia deixar ficar sem direito a este momento… Porque, ainda que ele às vezes ache que não, é nele que está um dos meus Nortes e, a cada momento, parte da minha alma parte ao seu encontro. Como hoje! :) Parabéns, Pai!


«Sabes que te llevo dentro mío, igual que yo sé que tu… me llevas dentro.»

5 de outubro de 2012

"Como se eu não fosse olhar!"

Já lá vão anos desde que a palavra "crise" entrou no meu vocabulário. Anos desde que à minha volta toda a gente, em algum momento, fala de Troika, de FMI, de resgate, de governos-ladrões, primeiros-ministros-mentirosos e sociedade-corrupta. Anos desde que ouço uns a atribuir culpas a outros. O povo a atribuir a culpa aos governos, os governos a atribuir a culpa aos governos anteriores (de outras cores, pois claro), o povo a atribuir-se a culpa a si próprio, uma geração a atribuir a culpa a outra e, no fim de contas, todos contra todos a remar para lados opostos.

Ainda assim, embora viva há anos neste contexto, não me lembro de ter escrito, alguma vez, sobre política e governação neste blog. Já lá vão quase 7 anos desde que inaugurei este espaço virtual e, apesar de tudo isto que me (nos) rodeia, nunca escrevi sobre política. Mas hoje é diferente. Hoje é dia 5 de Outubro e, no Portugal que eu amo, as celebrações são vedadas aos verdadeiros orquestradores da República: o povo. Hoje, só podem celebrar com as autoridades nacionais a implantação da República Portuguesa, que leva já 102 anos de vida, aqueles a quem o Estado decidiu convidar. Num regime republicano democrático, que se espera ser, por definição, um "sistema de governo cujo poder emana do povo", é vedada ao povo a participação na celebração oficial dessa conquista. E hoje, independentemente de qualquer crise, apetece-me dizer que tenho vergonha.

Porque eu até pertenço aos "privilegiados". Porque a mim me foi dada uma oportunidade fora de Portugal e pertenço ao grupo de privilegiados da minha idade que tem um ordenado ao final do mês e que sabe que o terá durante algum tempo, pelo menos (nem que esse tempo seja apenas um ano). Porque eu sou emigrante mais por opção do que por obrigação. Porque não sofro tanto na pele e na conta bancária a crise pela qual passamos e da qual parecem não nos querer tirar. Mas tenho família. E amigos. E um incontável número de pessoas que conheço em situações de sofrimento aos mais diversos níveis, muito por conta desta malfadada crise.

E por isso, hoje, 5 de Outubro de 2012, tenho vergonha da gente que se proclama governante do meu país. Continuo a amar e a orgulhar-me do Portugal das pessoas, do Portugal dos sorrisos acolhedores e dos braços abertos, do Portugal das paisagens maravilhosas, do Portugal onde nasci e cresci e me fiz o que sou hoje. Mas tenho vergonha, muita vergonha do Portugal onde tudo passa, onde ninguém é culpado, onde todos passam impunes e onde o "mexilhão" é sempre o mesmo. Do Portugal onde os governantes têm tanto medo do povo que nem lhe permitem celebrar, pela última vez nos próximos tempos, a implantação do regime cujo poder emana do povo.

Meu Deus, se já não nos podes livrar deste mal, pelo menos... Acorda Portugal!

21 de setembro de 2012

"Quase-irmã"

Nas famílias mais ou menos pequenas, como é a minha, todos somos "da casa". Ou seja, nunca somos realmente 4, quando penso em família para mim somos sempre 4+4+4+5+2. E, talvez por isso, os meus primos são talvez os "quase-irmãos" que (mais velhos ou mais novos) completam a parelha de "zecas" que somos lá em casa.

Hoje faz anos esta minha "quase-irmã-mais-velha", a prima de todas as horas e sobretudo aquelas em que conversámos até à exaustão já meias a dormir, aquelas em que nos rimos de coisas parvas e até aquelas em que chorámos juntas (não foram tantas como isso! :)). Foram muitos anos de fins-de-semana, férias, viagens e peripécias juntas, muitas confidências e histórias contadas e re-contadas, para nunca mais esquecer. São centenas, quiçá milhares de fotos que tirámos juntas e que andam espalhadas por álbuns e pastas de computador às vezes meio perdidas mas sempre recuperáveis. Por isso, porque nunca lhe tinha dedicado um espaço neste meu "canto" e porque o merece completamente, aqui fica a minha forma de dizer, não só, "Parabééééns" mas também obrigada. Por tudo... E que venham muitos mais anos de parvalheiras e memórias, porque há coisas que a distância não limita! :) 

11 de setembro de 2012

Espera(nça)

Preocupa-me quando as pessoas, em diferentes âmbitos da vida, perdem a esperança. Preocupa-me que alguém desista de um sonho, de um ideal, de uma visão de vida, de um futuro. Preocupa-me que alguém deixe de acreditar que pode tudo, tudo o que quiser de verdade. Porque, caramba, quando já não há esperança de algo melhor, diferente, mais próximo do que sonhámos... o que é que resta?

Porque todos temos direito àqueles dias em que achamos que já nada vai dar certo e que estamos "condenados" a viver abaixo das nossas próprias expectativas. Porque, convenhamos, obstáculos aparecem todos os dias e muitas vezes são mais do que podemos aguentar. Mas todos devíamos ter também direito a ter alguém que nos puxasse as orelhas, nos obrigasse a "acordar" e a reagir, a ir atrás, a sonhar, a não desistir, a acreditar. Alguém que nos relembrasse que, se quisermos, somos capazes de tudo e conseguimos o que quisermos. Porque para a fé e a determinação... não há limites.

«You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one...»

7 de setembro de 2012

A pouco e pouco...

Mensagem nº 190 neste pequeno e adorável (digo eu!) recanto onde eu gosto de vir debitar as minhas rodelas de ananás (gosto mais do que de postas de pescada): ao fim de alguma espera e muito esforço, ei-lo, o primeiro "fruto" desta espécie de vida profissional que eu escolhi, o resultado de muitas horas em frente ao HPLC!!!




Nota aos queridíssimos leitores: ainda não me encontram no PubMed, no Science Direct nem em nenhuma base de dados (ainda não sou fixe a esse nível!)... Mas pronto, isto soube bem com'ó caraças e é para partilhar momentos como este que este blog existe. =D

29 de agosto de 2012

Liberdade de expressão?

A propósito desta notícia, ao ler alguns comentários (que expressam apenas opiniões que já conhecia e sabia difundidas), dei por mim a meditar sobre a liberdade de expressão. Não deveríamos apenas poder expressar-nos sempre e quando o que manifestássemos não fosse uma ofensa para outros? Ou insultar também faz parte da "liberdade de expressão"? Quer dizer, podemos e devemos ter opinião sobre o que se passa à nossa volta (eu própria também tenho e não me coíbo de a expressar), mas devemos ter liberdade para abertamente dizer "cobras e lagartos" das opções que outras pessoas tomam? Lembro-me, desde sempre, de me dizerem que "a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro"...

Por isso, caros anti-praxe(s) e demais pessoas que acham que a Praxe é "uma coisa imbecil" (sic) e que, por consequência, somos "imbecis" os que a "apreciamos"... lamento informar-vos, mas não têm a menor ideia do que é a Praxe. Porque a Praxe não é humilhação, nem agressão, nem qualquer tipo de violência, nem abuso, nem ofensa. Para isso, meus caros, a língua inglesa tem uma palavra que agora até está na moda (além de todas estas que já referi): bullying. E não é menos "bullying" por acontecer no Ensino Superior. Ainda que alguns lhe tentem chamar "praxe", isso não é a Praxe. Digo-vos eu, que fui praxada numa Casa onde a Praxe é feita como deve ser. Não é perfeita, não! Porque é levada a cabo por seres humanos que estão longe de ser perfeitos (eu incluída, claro!). Mas é um espelho do respeito, da dignidade e do sentimento de pertença que a Praxe em geral pretende incutir. E, sempre que assim não for, por favor, façam a única coisa que tem de ser feita (em qualquer caso de ofensa/violência/abuso/bullying): defendam-se. Ou seja, protestem, queixem-se, armem o escândalo, façam peixeirada, chamem a Polícia, chamem a TVI, escrevam ao Ministro! Mas falem! E, sobretudo, chamem "os bois pelos nomes" e, por favor, não chamem ao que "sofreram", Praxe. Mesmo que os energúmenos que sejam responsáveis por essas situações tentem dizer-vos que "é a praxe, é normal, é sempre assim". Porque não é! Nem muito menos tem de ser...

Cumprir-se-ão em Setembro sete anos desde que pisei pela primeira vez a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e a sua respectiva Praxe. Cumprir-se-ão em Outubro dois anos desde que saí da Faculdade.... porque da Praxe, dessa nunca sairei. Pelo menos no coração. Como já dizia a minha mãe, em cinco anos tirei dois cursos: um em Ciências Farmacêuticas e outro em Praxe... Mas eu prefiro dizer: em Espírito Académico e Amor por Farmácia.


21 de agosto de 2012

Ao sabor do vento...

Ocasionalmente, por mil e uma razões, fazemos planos infinitos para as férias. Sonhamos com praias paradisíacas, companhias inigualáveis, viagens inesquecíveis, reencontros com quem nunca vemos, grandes conversas a grandes mesas, como nos filmes, como nos sonhos.

Mas não há melhor do que as férias para as quais não planeámos nada de especial. As férias em que decidimos apenas descansar, retirar-nos e meditar, ir à praia que fica à porta de casa, encontrar quem o destino nos trouxer para perto, partilhar a mesa com a família de todos os dias... e respirar.

É aí que descobrimos e redescobrimos locais, pessoas, gestos, sorrisos, abraços, olhares, afinidades, conversas, amizades, laços. Porque as verdadeiras férias, as melhores, estão onde nós quisermos...
«But if i try to think
Of something better than this
Heaven comes down
And reminds the luck we live.»





19 de julho de 2012

My brightest diamond.

Hoje a minha Mãe faz anos.

Podia dizer, como muitos dirão das suas próprias mães, que é a melhor, que não há outra como ela e que não a trocaria por nada deste mundo. No entanto, embora tudo isto seja verdade, é incrivelmente redutor. Porque a minha Mãe não se compara nem se quer comparar com ninguém e por isso não penso que para ela seja importante ser "a melhor".

Posso dizer-vos, isso sim, que a minha Mãe me ensinou, em 25 anos, praticamente tudo o que sei sobre a vida e sobre as pessoas. Que me ensinou, junto com o meu Pai, o bem e o mal, o certo e o errado, a verdade, o respeito, a simpatia, a alegria, o carácter, a persistência, a resistência e a força. Que sou forte porque ela é forte e frágil porque ela também é frágil, em alguns momentos. Que no meu coração cabem muitas pessoas porque ela me ensinou que podemos sempre dar uma oportunidade a todos. Que gosto de aconchegar os amigos num abraço apertado porque ela tem sempre um abraço apertado para mim. Que 25 anos depois ainda tenho espaço no colo dela, ainda acorda quando pressente que estou mal-disposta e ainda me telefona só para falar 2 minutos e matarmos saudades das nossas vozes. Que sou o que sou e estou onde estou hoje porque ela sempre me disse que eu podia ser o que quisesse, onde quisesse... e acreditou sempre em mim.

A minha Mãe ouviu as minhas conversas desesperadas e as minhas histórias intermináveis. Ouviu quando eu disse que achava que não estava no caminho certo, quando eu disse que não sabia bem o que fazer e quando eu chorei porque já não via sequer o caminho. A minha Mãe ensinou-me que, aconteça o que acontecer, a nossa casa é o nosso sítio seguro e, independentemente do que façamos, a nossa família é A prioridade. Nem sempre fui capaz de estar à altura deste ensinamento, mas nunca o pus em causa e nunca o esqueci. Porque sempre tive necessidade de partilhar com os meus 3 tudo o que me marcou, positivamente ou nem tanto.

A minha Mãe não é perfeita, às vezes acredita muito menos nela própria do que deveria. Às vezes fica cansada, perde a paciência ou a capacidade de tolerar todas as pequenas barbaridades que nós lhe vamos fazendo. Mas, precisamente por tudo isto, sempre me ensinou que pedir desculpa não nos torna menores, pelo contrário.

A minha Mãe, felizmente, não é só minha. É também mãe da outra peste que temos lá em casa e é um bocadinho mãe de todas as "crianças" da nossa família (sim, porque ser tia também é ser um bocadinho mãe!). É um bocadinho mãe de todos os "meninos" que já lhe passaram pela sala de aulas e puderam aprender dela muito mais do que as Ciências Fisico-Químicas. É um bocadinho mãe de todos os meus/nossos amigos, que num ou noutro momento já passaram por nossa casa, comeram algo, deram dois dedos de conversa ou trocaram umas gargalhadas. Porque a minha Mãe é assim. É tão boa nisto de "ser mãe" que todos querem ser um bocadinho "filhos" dela. Por isso para muitos dos meus amigos ela é a "Mãe Celeste", para outros é a "Tia Celeste", mas é sempre parte de uma família alargada que todos acabamos por construir.

É por ela que eu quero ser mãe, um dia. Para ter a oportunidade de ser para alguém o que ela é para mim, para poder dar a alguém tudo o que ela me dá a mim. Porque a minha Mãe é tudo isto e eu gostava que todas, todas as pessoas do mundo pudessem ter uma mãe como a minha. :)

Parabéns Mãe!!! :D




[esta canção foi escrita no sentido oposto (mãe para filho), mas não deixa de ser, como aqui se dizia, um hino ao amor incondicional... :')]

19 de junho de 2012

Não sei se sou só eu...

... mas há pessoas por quem me apaixono todos os dias. Pelas suas palavras, pelo seu sorriso, pelo seu olhar. Todos os dias. Não são muitas, mas existem. E todos os dias me fazem amá-las um bocadinho mais.

E sorrio. :)
«I don't wanna be adored,
Don't wanna be first in line
Or make myself heard...
I'd like to bring a little light,
To shine a light on your life,
To make you feel loved...

No, don't wanna be the only one you know,
I wanna be the place you call home...»

1 de junho de 2012

Promise.

Continuarei a escrever. Sem perder o sonho, a ilusão. Contrariando, por vezes, a falta de tempo, a falta de vontade, a falta de ideias. Porque como me disse há um par de dias um grande amigo (e artista das palavras), para um parágrafo há sempre tempo e há sempre tema.

Por isso hoje, amanhã e depois, continuarei a escrever. Aqui, sempre que for possível mas, pelo menos, sempre na minha cabeça. Continuarei a reunir palavras em frases mais ou menos soltas e a guardá-las em mim, para que lentamente vão amadurecendo e um dia possam ver a luz do dia...

«And meet me there, bundles of flowers
We wait through the hours of cold
Winter shall howl at the walls
Tearing down doors of time
Shelter as we go

And promise me this
You'll wait for me only»

[Ben Howard ~ "Promise"]

21 de maio de 2012

Ao limite :)


Haverá limites? Haverá dimensões que restringem o nosso coração e a nossa alma a um limite de tudo o que podem conter? Se os há, creio que um dia provocarei o rebentamento do meu coração (o emocional, não o físico), de tanto e tantos que lá entram.

Deveria ter mais cuidado? Provavelmente. Deveria proteger esse espaço tão nobre e deixar que fosse ocupado apenas por aqueles que fossem merecedores da minha absoluta confiança? Talvez. Ou talvez não…

Porque a verdade é que não consigo deixar de me apaixonar por cada abraço, de me emocionar com cada palavra carinhosa, de amar, nem que seja só por um momento, todos aqueles que, até sem consciência disso, me dão muito mais do que eu alguma vez pedi.

São só 25 anos. São já 25 anos. Muitos, demasiados talvez, sorrisos e lágrimas, histórias e memórias, abraços e dores, partilhados com todos os que têm, no meu coração, um espaço reservado. São de nacionalidades diferentes, falam línguas diferentes, têm ideais, sonhos e opiniões sobre as coisas, por vezes, completamente opostos. Mas, hoje e ao longo destes 25 anos, enriquecem a minha vida e levam ao limite a dimensão do meu coração. Para vós, todos vós, não há palavra mais significativa do que a que nunca me cansarei de repetir: OBRIGADA.

Porque sem vocês, não sou nada. Convosco sou TUDO, mas mesmo TUDO o que quiser ser. Mesmo quando não acreditar nisso, porque sei que vocês acreditarão.

Obrigada por 25 anos de uma vida maravilhosa e de um coração completamente, totalmente, incrivelmente cheio.


3 de maio de 2012

Maio.

Começou Maio. O mês que, para mim, é um dos mais bonitos do ano, por todos os motivos e mais algum. Em Maio agradeço pela minha mãe (que não é preciso dizer que está acima de todas as mães do Mundo!), pela Academia onde estudei, pelo início e o final dos percursos académicos de tantos amigos, pela minha vida (à qual vão sendo acrescentados anos tão cheios!)...

Este ano não é excepção. Maio entrou com projectos, caminhos, escolhas, com muita vida e muitos planos... Este ano, Maio será sinónimo da Bênção de Deus sobre o percurso académico da minha irmã, sobre a minha mãe e todas as mães, sobre mais uns passos do meu caminho, sobre 25 anos de vida. E por tudo isto, rezo e rezarei, em Maio, de maneira especial. :)

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Ha empezado mayo. El mes que es, para mi, uno de los más bonitos del año, por tantas razones. En mayo agradezco por mi madre (que no hace falta decir que está por encima de todas las madres del mundo mundial!), por la Universidad donde estudié, por el inicio y el final de la vida de estudiante de tantos amigos, por mi vida (a la cual se van añadindo años tan llenos!)...

Este año no es excepción. Mayo ha llegado con proyectos, caminos, opciones, com mucha vida y muchos planes... Este año, mayo va ser sinónimo de la bendición de Dios sobre la vida de estudiante de mi hermana, sobre mi madre y todas las madres, sobre algunos pasos más en mi camino, sobre 25 años de vida. Por todo esto, rezo y seguiré rezando, en mayo, de manera particular. :)



(o vídeo veio do blog da Catarina, sempre com boas coisas :))

16 de abril de 2012

Passos.

Começo a fazer "casa". Porque para mim um sítio, uma cidade, um ambiente não são "casa" até que as minhas mãos estejam "na massa", abertas para o serviço e disponíveis para o trabalho, porque nunca esquecerei que "quem não vive para servir, não serve para viver".

Por isso, ontem dei o primeiro passo para fazer de Santiago mais "casa". Se tudo correr bem, terei a oportunidade de colaborar com o Grupo Scout Tau (MSC), da paróquia de São Francisco, que está ainda em formação mas que me inspira muitas coisas boas... :) Quem sabe um dia também eu poderei voltar a usar um lenço ao pescoço, desta vez castanho e bege... Quem sabe! :)



26 de março de 2012

Luz de Presença.

Hoje, como habitualmente, trago no peito e na mente tantos sentimentos e pensamentos que às vezes acho que não tenho espaço para tudo. Não é que não tenha tempo, embora isso seja a face mais evidente, mas a realidade é que não tenho espaço. Não tenho já por onde esticar a alma para que caiba tudo, não tenho. Por favor, dá-me descanso...

Dá-me tempo, dá-me espaço para respirar, dá-me clareza de ideias, dá-me segurança, dá-me fé em mim, nos outros, no tempo, na(s) história(s) que a duas, quatro, oito, mil mãos vamos escrevendo. Ilumina-me.

Dá-me luz para que veja o que há dentro de mim. Para que me possa "arrumar" e continuar. Para que cá dentro não seja só esta confusão desorganizada na qual nem eu própria sei viver. Dá-me luz para que veja o que há fora de mim. O que há à minha volta. O que conheço como a palma da minha mão e o que não podia ser mais desconhecido. 

Dá-me luz para que veja os buracos do caminho e os evite. Para que não sejam tão efémeros os cumes e os vales, mas possa caminhar numa planície mais... tranquila. Dá-me luz.

24 de março de 2012

Do engate.

Porque nos últimos dias (ou serão semanas?) tenho pensado muito nisto. E noutras coisas. E em tudo. Não é, exactamente e em teoria, isto que acontece? Sempre? E então, não devia funcionar? Mais vezes?...

"Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite pra passar...
Porque não vamos unidos?
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos?...

Tu estás só e eu mais só estou
E tu tens o meu olhar...
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta...

Vem que o amor não é o tempo, nem é o tempo que o faz...
Vem que o amor é o momento em que eu me dou, em que te dás...

Tu que buscas companhia,
Eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia,
Ser um corpo de prazer,
Ser o fim de mais um dia...

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada,
Antes de ti por alguém...
E eu sou melhor que nada...

Vem que o amor não é o tempo, nem é o tempo que o faz...
Vem que o amor é o momento em que eu me dou, em que te dás..."







[às vezes, juro que me pergunto que tipo de manto da invisibilidade me puseram em cima dos ombros...]

15 de março de 2012

Silently.

Palavras.
Apenas palavras.

Nem sempre dirigidas a nós próprios, nem sempre interpretadas da mesma forma como são ditas, mas sempre agrestes como armas. Com mais ou menos ironia, mais ou menos "simpatia", mais ou menos sinceridade. Agrestes, apenas, as palavras.

Rápidas como balas, são a forma mais fácil de, descontraidamente e sem sequer demonstrar intenção para tal, causar danos colaterais. Danos menores? Certamente. Mas, ainda assim, danos.

Vale o facto de não ripostar com a mesma arma. A capacidade de ouvir e tentar deixar passar, como se as "balas" não tivessem raspado também em mim, inadvertidamente, quiçá. Porque tudo passa, afinal. São "só" palavras, são "só" opiniões. Nem sei porque é que me fazem pensar...

9 de março de 2012

Keep your head up!

Se cumplieron 6 meses desde que llegué a Santiago y creo que ya puedo dejar que me vaya la olla y escribir aquí en castellano... Quizás porque hoy os quiero hablar de como me encuentro bien aquí. De como echo de menos a las personas y a las calles cuando no estoy. De como sonrío, aunque el día no empiece bien, solo porque he regresado. De como me hice aquí un nido, como en todos los sitios donde viví.

Y más, hoy os quiero decir que la gente que tenemos en nuestra vida es lo que más determina nuestra propia felicidad. Ser útil a alguien, echarle la mano cuando una vez más las piedras del camino le aparecieron sin que las estuviera esperando, decirle que todo pasará y que estaremos siempre cerca (porque no podía ser más verdad) es lo que de verdad nos rellena. Porque no estamos solos, nunca estaremos y si no hay nadie que nos pueda echar una mano una o otra vez... como lo haremos? Porque hoy fui yo quien extendió la mano, pero otro día seré yo la que va estar tirada en el suelo... Hoy fui yo la "friend of hers", fui yo quien le dijo que tenía los ojos brillantes... Pero y mañana? Quien voy a ser en esta escena?...

«I saw a friend of mine the other day,
and he told me that my eyes were gleamin'.
Oh I said I had been away, and he knew,
oh he knew the depths I was meanin'.
And it felt so good to see his face,
or the comfort invested in my soul.
Oh to feel the warmth of a smile,
when he said "I'm happy to have you home."
Ooh I'm happy to have ya home.»




(Y los castellano-hablantes que me perdonen los errores... Al final solo han pasado 6 meses! Hay tiempo para mejorar!)

16 de fevereiro de 2012

10.

Hoje, pergunto eu: quantas coisas vos aconteceram nos últimos 10 anos? Quantos momentos inesquecíveis? Quantas paixões, quantos amores? Quantas desilusões, quantos sonhos? Quantos passos, quantas quedas? Quantas derrotas, quantas vitórias?

Serão capazes, como eu sou hoje, de se lembrar onde estavam a 16 de Fevereiro de 2002? Dez anos, dez. Tanto tempo, tanta vida, tanto que aconteceu e, sobretudo, tanto que não aconteceu. Tanto que mudou, tanto que mudei. Tanto que cresci, tanto que vivi, tanto que conheci, tanto que sonhei. Tanto que esperei. E passaram 10 anos.

Sei hoje, com uma esmagadora clareza, tudo o que ganhei nestes 10 anos. E sei também tudo o que não ganhei (nem perdi, porque não tive). Sei exactamente onde estava há 10 anos atrás e tenho saudades. Não queria voltar, mas há dias que ficam na nossa história, para sempre. Passaram (os primeiros) 10 anos.

9 de fevereiro de 2012

Sisters.

Desde que estou em Santiago, estou a ver desde o início aquela que é, muito provavelmente, a minha série favorita de todos os tempos: “Brothers & Sisters”. É aquela série que, um dia, quando me puder dar a esse luxo, comprarei em DVD, para ver e rever quantas vezes quiser e em qualidade, porque nunca me canso de nenhum episódio, mesmo que já saiba exactamente o que vai acontecer. Não sei muito bem porque é que me prende tanto aquela família. Não sei se é por ver na Nora tanto da minha própria mãe (sem os momentos “freak-out”, claramente :D), não sei se é pelo sonho de um dia construir uma família mais ou menos assim (mas menos louca, por favor!), mas o que é certo é que me emocionam e me fazem rir e, sobretudo, parecem totalmente reais e possíveis de encontrar em qualquer canto do mundo.

Em particular, sempre admirei a personagem da Sarah Walker (representada pela Rachel Griffiths). Acaba por ser curioso dada a igualdade dos nossos nomes, mas a verdade é que me revejo muito em alguns traços de personalidade da Sarah. Os seus sentimentos sobre a família, a necessidade emergente de “manter” a estabilidade da família e ser suporte para todos, muitas vezes em detrimento de si mesma, a paixão com que defende e protege a sua família independentemente de tudo mas sem nunca perder a noção do correcto e do bom senso e ainda a dedicação e entrega que coloca no seu trabalho, fazem-me dizer muitas vezes que gostava de ser assim daqui a uns anos.

Mas o que me levou a escrever isto hoje foi, sobretudo, o episódio que vi ontem à noite e que me chamou a atenção para uma situação muito curiosa, em que uma vez mais me revejo na Sarah. Por coincidência, a Sarah tem como única irmã (os outros três são rapazes) a Kitty, abreviatura para Katherine. É curioso que por aqui (e na ausência dos irmãos rapazes), também sejamos uma Sara (mais velha) e uma Catarina (mais nova). Mas, sobretudo, é a relação entre elas que mais me impressiona. Porque ontem, em particular, num momento terrível e fulcral da vida da Kitty, em que toda a família se reuniu para a apoiar, Sarah estava em viagem e quando, de repente, toca a campainha em casa da Kitty e ela abre a porta a Sarah (chegada aos USA desde França), pode ver-se nos olhos da Kitty o alívio de quem sabe que não poderia enfrentar nada sem a irmã ao lado.

Não sei se é por estar mais longe, se é por ter saudades. Mas ontem senti que, uma vez mais, também eu seria como a Sarah e atravessaria o mundo para estar onde devia estar, se a minha própria “Kitty” precisasse. E senti-me bem com isso, porque apesar de nem sempre o mostrar, não há mesmo ninguém como a minha irmã. :)


7 de fevereiro de 2012

"If I can make it there..."

A descoberta do dia: o Foxtrot. E a elegância das danças de salão... Ao som do Frank, foi só contar "um... um, dois, três e um... um, dois, três" e passar um bom bocado! :)

4 de fevereiro de 2012

Já é Fevereiro?

Às vezes quase me esqueço que 2012 ainda não tinha começado aqui n'O Abrigo. Talvez porque foi um início de ano meio atribulado, com muitos deadlines e muitas muitas coisas em que pensar em simultâneo. Talvez porque o que mais me vinha à cabeça eram coisas estranhas que não sabia como pôr em palavras, talvez porque Janeiro foi um mês de altos e baixos.

Sobretudo, ao entrar em 2012 e ao ver "voar" o mês de Janeiro por entre trabalho e alguns momentos de descontracção e diversão, apercebi-me uma vez mais que o tempo é incrivelmente fugaz. O que recordamos como se tivesse sido ontem, afinal, já tem 2, 5, 10 anos. 10 anos. Tanta coisa que aconteceu nos últimos 10 anos e, no entanto, ainda parece que Fevereiro de 2002 foi há quase nada. Tantas vidas, tantas pessoas que entraram e saíram da minha vida e parece que não passaram nem dois, quanto mais dez anos. Não sei se isto me acontece por ter uma vida tão cheia de coisas e pessoas ou se, no fim de contas, os momentos inesquecíveis não são assim tantos e parece, por isso, que aconteceram todos há pouco tempo.

Tenho saudades de escrever. Com mais assiduidade, aqui e fora daqui. Mas acho que o meu "bloqueio de escritor" veio há uns anos e ficou... A inspiração escapa-se por entre os dedos e vai ficando cada vez mais longe o sonho... Mas ainda existe, ainda está ao fundo do túnel, ainda o vejo. Um dia, um dia vai existir. Por agora... vou esperando ser mais fiel a este abrigo. :) Porque já é Fevereiro, o tempo voa e o que não registamos, muitas vezes, perdemos!