Desafios & Manias

No último dia de 2009, um ano em que fiz tantas promessas a mim própria que não cumpri, achei que o Abrigo merecia um post especial. Vou começar por responder ao desafio que me lançou a Diana, que é muito querida e se lembrou de mim! =)

"Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

Ora então, cá vai (creio que não será muito difícil...):

1. Sofá!

Sou totalmente, completamente viciada no sofá da minha casa (e noutros igualmente confortáveis) e sou perfeitamente capaz de passar uma tarde inteira (para não dizer um dia) esticada no sofá a ver televisão. Não sei é mais uma mania ou um vício mas a verdade é que à custa disto já ouvi um "Não sei como és capaz!"... O que é certo é que uma das coisas que me sabe melhor quando, por exemplo, entro de férias, é saber que se quiser vou poder passar uma tarde inteirinha a fazer NADA, só deitada no sofá em frente à televisão. A realidade é que acho que tenho tão poucas oportunidades para o fazer que esse momento ganha todo um contorno de espectacularidade. =)

2. Carregar no interruptor da luz do prédio

Esta é perfeitamente absurda mas o que é certo é que tenho a mania de, quando entro ou saio do meu prédio, carregar sempre no interruptor da luz, mesmo que a luz já esteja acesa. Não tenho qualquer explicação para isto (talvez algum psicólogo possa perceber...) mas a verdade é que é praticamente inevitável!

3. Guardar TUDO

Acho que esta é a minha principal mania: sou uma guardadora. =) Desde sempre me habituei a guardar tudo das coisas em que participo ou das quais faço parte, papelinhos que me dão, cartões, postais, velinhas, fios, muitos e muitos papéis, enfim, qualquer dia já não tenho espaço para tudo! De vez em quando faço uma limpeza e tenho que ter uma consciência muito forte para pensar - "não preciso disto para nada!" e aí consigo pôr algumas coisas fora, mas é uma tarefa árdua e emocionalmente dura! Neste aspecto não saí à minha querida mãe que é um perigo a fazer limpezas... deita tudo fora!!! =P

4. Estalar os ossos do pescoço

É uma mania que faz a maior parte dos meus amigos dar-me cabo da cabeça (e eu compreendo, a sério que sim!) mas na realidade sinto muitas vezes o pescoço preso ao longo do dia e tenho muita necessidade de o estalar para me sentir mais aliviada. Percebo os arrepios que as pessoas à minha volta possam sentir, mas é mesmo uma necessidade! =)

5. Usar lentes de contacto quando saio à noite, quando tenho algum jantar, ou quando vou a algum lado

Esta não tem MESMO explicação lógica (nem acho que os óculos me fiquem mal) mas tenho mesmo a mania de ir direitinha às lentes quando vou sair a algum lado... A Martinha até costuma dizer que se estou de lentes vou pra festa! =) Simplesmente gosto e acho mais prático.

E pronto, estas são cinco mas poderiam ser muitas muitas mais e quem me conhece certamente enumeraria outras, mas estas foram as que me lembrei agora. Aproveito para passar este desafio à Miss-Mestre, à Inês, à Su, à Méri e à Formiguinha! =)

Mais fácil.

"É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver." [Margarida Rebelo Pinto]

[ prometo tentar viver a sonhar. para ser mais fácil... ]

Emoções.

«Na maré de capas negras

Nesta Sé de penas

Se agitam as fitas

Em ondas amenas

Onde reina a côr

Que pinta orações

E se cala a dor

Que há nos corações

Benze-me a capa Senhor

Peço por favor...

Conserva-lhe a história

Dos anos em flôr

A flôr que eu perdi

Mal a encontrei

Penso dessa vida

Senhor... sonhei

Dessa flôr, que é meu luto

Nascerá o fruto

De uma côr serena

E o mais doce gosto

Gosto da saudade

Com que eu fiquei

Do Porto cidade

Meu escravo e rei»

(Balada de Despedida do VI Ano Médico 93/99, de Luis Pedro Silva)

News feed

Isto é tudo o que tenho a dizer sobre o que me aconteceu ontem, por volta das 19h30/20h:

(t-shirt original da marca Cão Azul, muito mais gira, aqui: http://www.caoazul.com/)

New look!

Ao fim de praticamente 4 anos de existência, eis que o Abrigo vê a sua aparência renovada... O template tirei-o de http://www.deluxetemplates.net/, por sugestão da Mikas. =)

Espero que agrade... Eu gosto!

O que (me) faz falta...

"... é o conforto de um amor tomado aos tragos..."

Hoje é o dia.

Tenho saudades destes outdoors...

Faziam-me sonhar...

Now what else shall I need?...

"Amazing love, now what else shall I need?
Your name brings life,
It's more than the air I breathe...

My world was changed
When Your love You gave for me.
My purpose found
And all that You want for me.

And I found myself in You!
And I found myself in You!

Amazing love, now what else shall I need
Your name brings life,
It's more than the air I breathe...

Take me to a place
Where I can see You face to face
And all I want to do,
All I want to do,
Is worship You..."

[Hillsong United - "Found", inevitavelmente a martelar-me a cabeça...]

(e saudades de sorrir desta forma...)

Um Caminho Com Sentido.

Ando há dias a tentar encontrar as palavras certas para dizer o que nenhuma palavra pode atingir.

Como é que se explica a sensação de entrar na Praça do Obradoiro a correr que nem uma louca, porque naquele momento já não havia uma única dor? Como é que se explica que, quatro dias depois, olhar aquela Catedral é uma experiência próxima da felicidade? Como é que se explica o sentimento de missão cumprida e de objectivos atingidos?

Resumo-vos a Peregrinação do 10º ano de catequese da Paróquia de Esgueira a uma palavra: intensa. Para todos, porque todos tivemos espaço para a sentir.

Resumo-vos aqueles 6 dias a dois olhares, o do sofrimento e sacrifício de quem caminha para além do que o corpo permite, só porque a necessidade de chegar é maior que a dor... e o da felicidade de todos, ao chegar finalmente, juntos, depois de tanto esforço. O brilho nos olhos de quem sente que venceu mais um desafio.

Meus pequenos, o caminho começa agora... Não nos deixemos deter!

"Sonhar é quase sinónimo de acreditar. E quem acredita, consegue. Quem procura, encontra. Falo dos sonhos que nos alimentam, dão força e alento para seguir em frente. Por cada sonho tornado realidade fazemos uma conquista interior. Crescemos quando sonhamos. Acredito que algo (que para mim é Deus) gere um tempo que não é o nosso tempo, e dá uma ordem às coisas que nem sempre conseguimos entender. É esse alguém que nos ensina a procurar, a lutar, a descobrir e a realizar sonhos. Porque a sua mensagem nos pode levar a um caminho de felicidade plena."

Noticias!!!

Ola malta!

Estou de regresso 'a cidade que me acolheu no ano passado durante 5 semanas -Ljubljana! Esta é a terceira paragem do nosso interrail, depois de Praga e Viena (e uma pseudo-paragem em Salzburgo para conhecer os sitios das filmagens do "Musica no Coracao") e esta a ser espectacular!!!

Praga é uma cidade muito bonita, com edificios de estilos muito diferentes e uma dimensao e estrutura que me fizeram lembrar Budapeste (o rio ao meio ajudou... =P). Fizemos uma visita guiada a pé, de borla, com um guia brutal, que aconselho a toda a gente, foi divertidissimo! =) Conhecemos muita coisa e divertimo-nos muito!

Viena é brutal, imperial, enorme, edificios enormes que parecem os nossos edificios governamentais mas muito melhores... =) Cada casa é um palácio e é tudo muito imponente. Andámos a visitar o palácio da Sissi (=P) e o museu Albertina que tem obras de muita gente famosa! (LoOL) Também vimos a ópera e fiquei com vontade de voltar para ver Viena no Inverno (com neve ainda deve ser mais mágico) e para poder assistir a uma ópera (a época de ópera é de Setembro a Junho), porque se comprarmos o bilhete na última hora e meia antes do início do espectaculo arranjamos lugares (em pé) por 3/4 euros!!!

Em Ljubljana andei a fazer de guia e adoptamos uma politica mais relax, andámos só a ver as vistas e a passear, nao entramos em nada mas tambem o tempo era pouco. Hoje fomos a Bled (o lago) e tomámos um banhinho espectacular mas depois pos-se trovoada e viemos embora com medo que chovesse.

Amanha cedinho vamos para Veneza por isso tenho que ir dormir... Nas proximas 48h nao vamos dormir em pousada por isso vai ser mais uma aventura (dormir na estacao e tal... =P) mas ha-de correr tudo bem... =) Comeca agora o nosso periplo pela Italia, depois vou dando noticias, talvez em Florenca mas mais provavelmente em Roma!

Beijinhos a todos!!!

De chegada e de partida.

"(...) Porque o fogo era o seu guia, celebraram a sua força e grandeza.

Como uma grande família, reuniram-se na partilha.

Aprenderam que não há caminho nem vitória sem escolhas.

Não há conquistas sem assumir uma opção.

Como Caminheiros, sabiam o caminho a seguir.

Sabiam que só a coragem da decisão dá esperança para a missão.

Sabiam que uma luz tem o dever de iluminar.

Perceberam que a vida de cada um deve ser luz para o Mundo.

Luz para o Caminho.

Luz para o outro.

Luz para si mesmo.

Como Caminheiros, sabiam que a meta é apenas uma.

Sabiam que o objectivo é o Homem Novo e que, Ele sim, é luz do Mundo.

Sabiam que só Ele dá inspiração para poderem abrir asas e voar mais alto, mais longe.

Só Ele alimenta o desejo de ser águia.

Sabem tudo isto!

Falta agora pôr as mãos na massa e ser mais.

Para isso, é preciso lembrar: Este Caminheiro sou EU!

Este Caminheiro és TU!

Somos TODOS NÓS!

JUNTOS!!!"

(Fogo de Conselho do Campo da IVª - Confraternité Speranza - ACAREG 2009 Aveiro)

De um ACAREG com muitos momentos bonitos e boas recordações, guardo o abraço dos amigos, aqueles de sempre, destes e de outros momentos, onde sempre podemos descansar. Guardo a importância dos ateliers, a beleza do serviço, o esforço da caminhada. Serei luz para o mundo e continuarei a deixar-me incendiar por quem se queimou por mim! =)

[daqui a umas horas parto para o interrail tão aguardado... =) vai ser bom, prometo vir aqui de vez em quando dar notícias! *]

Começa.

Daqui a apenas algumas horas começam realmente as minhas Férias de Verão. A correria, o aproveitar ao máximo aquele que vai ser o meu último Verão de 2 meses e tal...

Daqui a algumas horas, ACAREG 2009, rever bons amigos de Clãs mais vizinhos ou mais distantes, dar o meu melhor para voltar com boas recordações.

Em princípio, dia 9 estarei de volta para contar como foi (se tiver um tempinho... =)). E no mesmo dia, de partida para uma experiência que conto que seja inesquecível... o esperado interrail!

Encontramo-nos em algum lugar, em algum momento. Quando tiver tempo prometo dar notícias! Até breve, amigos!!! =)

Rescaldo de um Congresso.

Passei os últimos dias no Hotel Tuela, no Porto, rodeada de muitos investigadores de muitas nacionalidades e de outras pessoas, como eu, ali simplesmente para perguntar "do you need any help?", "puédo ayudar?" ou apenas "o que é que posso fazer?". Fui "assistant to the secretariat" de um congresso muito bem organizado e do qual guardamos muitas histórias caricatas que me comprometi a reunir... para mais tarde recordar! TODOS OS NOMES ABAIXO REFERIDOS SÃO, EVIDENTEMENTE, FICTÍCIOS!!! =P

Ora então comece-se pelo princípio. Ao chegar ao Hotel Tuela, Deolinda depara-se com o facto de estar inadequadamente vestida para a recepção protocolar que abriria o congresso. Cor errada para o dia em que nos encontrávamos... fazer o quê? Apenas sorrir e pensar... "Podia ter sido pior! As pastas poderiam ter sido dessa mesma cor!" Uma respeitada Tuna do Porto que se atrasou para as suas funções e acabou por actuar na "Get Together Party" para um público... digamos... pouco interessado. =P Ah! E a primeira vez que vi um Grupo de Fados Académico com mulheres a cantar!

No dia seguinte, a Anastácia foi fazer de baby-sitter de uma série de "istrángeiros" que se meteram a passear pelo Porto num tour organizado e com uma guia... sui generis. Monumentos "on your left" que na verdade estavam à direita, falta de dinheiro para pagar as entradas na Igreja de S. Francisco... os memoráveis 10€ a menos! E a Anastácia sempre a "dar assistência"... mais Guia do que a própria Guia!

Pelo meio, conferências interessantes e secantes, a Felismina e a Chefe de Secretariado Amália a serem torturadas cá fora com todo o tipo de questiúnculas e, lá dentro, o Abílio, o Ricardo e o Prof. Diamantino a correr atrás de apresentações atrasadas e powerpoints perdidos e "ah e tal quero usar o meu Mac" e "ai meu Deus que tenho uma cena em Corel Draw que não sei se vai funcionar"! Telemóveis que não paravam de tocar... Multidões acorriam ao Secretariado (e eu não exagero nadinhaaaa!): "Ainda me posso inscrever no jantar de Gala?", "Ainda há vaga no Cruzeiro?" ou "Posso ter um recibo?" eram as perguntas mais ouvidas por toda a parte...

Mas como esquecer a nossa amiga? A fã número um do Secretariado, no final quase já melhor amiga da nossa Amália, que foi lá tentar TUDO para ir ao Cruzeiro no Douro? Até tentou mudar de voo... e era só para o outro lado do Globo! Quando percebeu que não ia conseguir... foi lá só pra fazer um download de umas fotos e ficamos resolvidos! =)

Entretanto, põe poster, tira poster e "a-dos-anéis" que nos aparece à procura dos ditos... Apareceram! Mesmo debaixo do sapato do pobre do Big Boss que os devolveu à distraída... Mais tarde, seria a câmara fotográfica, outra vez o anel... só do amigo de terras de Fidel não se esqueceu ela, para pena da Deolinda!

Por fim, falta ainda contar quatro momentos inesquecíveis:

- a expulsão da "penetra", uma prova magnífica que Napoli é de facto o cerne da Máfia mundial e que já tem braços (pequeninos e bastante mal amanhados) em Portugal... há quem tenha lata para estar num congresso durante 3 dias, comer, beber e ouvir palestras e ainda ir a festas... sem se inscrever! É facto, creiam!
- a dança, a mítica dança do francês... numa noite com a espanhola enérgica e na outra a fazer voar a Amália de Farmácia. Ver para crer, a cara de pânico dela a cada rodopio... para quando aconteceria a queda? Não chegou a tal, mas deu para voar sapatos e tudo!
- a Deolinda e a Felismina a arruinarem a prestação da nossa grande Amália durante o jantar de gala, com uma fraquinha tentativa de cantar "Mamma Mia!"... inesquecível, de facto! =P
- por fim, o Big Boss a cantar a Cinderela como manda a sapatilha, mas cheio de vergonha... tudo isto antes, é claro, da "onda da orgânica" ter tirado os homens da cadeira!



Enfim, mais um memorável congresso... Ficam as pessoas novas e divertidas que conheci e mais uma prova do poderio da Q.O. da FFUP, desta vez em parceria com o ICBAS e o CIIMAR! =)

Medos.

Há dias em que tenho, tão simples e sinteticamente como isto, medo.

Às vezes tenho medo de sonhar. De acreditar. De caminhar. De querer.
Às vezes tenho medo de crescer. De mudar. De tentar. De arriscar.
Às vezes tenho medo de perder. De ficar. De doer. De magoar.
Às vezes tenho medo de não ter. De não conseguir. De desiludir.

Mas, na maioria das vezes tenho apenas medo de não saber. De não saber ver, de não saber ouvir, de não saber dizer, de não saber perguntar, de não saber mostrar, de não saber explicar, de não saber ser. De não saber ser melhor.

E tenho medo, hoje, como dantes, "de acordar a meio da noite, a precisar de um regaço"...

... e descobrir que não existe.

Reflexões de (quase) Verão

Perguntar-me-ão: "Para quê ir para a casa de praia se tens de ficar a estudar?" Pois bem...

[a foto é, com todo o mérito, da Teresa Santos]

Para me dar ao luxo de, num dia de sol, interromper a Virologia e ir tomar um café à praia. Para descer os degraus do café de chinelos na mão, mergulhar os pés na areia quente e caminhar junto ao mar, até ao paredão, só a ver os milhares e milhares de pedras e conchas que o mar ali deixou em ondas passadas. Para chegar ao paredão e sentar-me na areia durante uns minutos, só a deixar o mar descansar-me o pensamento. Para regressar calmamente a casa e ao estudo, com areia nos pés e os olhos cheios de mar.

Isto, sim, é ser feliz. =)

Fitada... e queimada. =)

Pela quarta vez, aqui chego com a vontade de escrever o que foi para mim mais uma Queima das Fitas. Pela primeira vez, não tenho palavras.

Esta Queima das Fitas foi... esmagadora. Demolidora, de tantos sentimentos, tantos pensamentos, tantos momentos. Deixou-me sem respirar durante alguns dias e, quando finalmente pude recuperar a lucidez, já se estava a esfumar por entre os meus dedos.

Na Serenata, mais até do que a saudade dos Amigos (com letra maiúscula) que sei que continuarão perto ainda que o seu percurso esteja no fim, emocionaram-me aqueles primeiros passos dos "meus" pequenos caloiros, dos meus pequenos amigos que pela primeira vez (pelo menos oficialmente) vestiam o traje de que tanto nos orgulhamos e que esperavam pelas pessoas especiais que haviam de lhes traçar a capa. Foram várias capas que tracei nessa noite de emoções, cheia de orgulho do percurso daqueles "pequenos", com quem partilhei ao longo do ano momentos tão especiais. E, acima de tudo, aquelas palavras que saíram do coração das 5 melhores pessoas que conheci este ano e que são para mim, aqui, verdadeira família, com momentos bons e maus e, principalmente, uma amizade do tamanho do Universo. Não o pude evitar, a noite era tão especial para mim que esqueci a promessa feita a mim própria de manter a capa inteira até à última serenata e dei-a a rasgar às 3 pessoas que, até hoje, mais marcaram este meu percurso académico. Hoje, a minha capa está mais rasgada e, por isso, mais inteira, mais completa. E eu fiz o mesmo, a outros enormíssimos amigos, deixei nas capas deles a minha marca sabendo que a maior marca é a que trazemos no coração.

"Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha, e não nos deixa sós, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso." Charles Chaplin

No dia seguinte, correrias, turbilhões e uma tarde cheia de sorrisos, lágrimas e canções. A imposição de insígnias, para mim uma das actividades académicas mais bonitas de toda a Queima... As bengaladas (inesquecíveis! =P) nas cartolas dos amigos, as fitas na minha pasta (afilhados e madrinha sempre presentes... =)), o serrote e, claro, a despedida das nossas queridas Sirigaitas finalistas...

"E a Tuna, levam no vosso coração

Entre nós ficou, a recordação

De tudo o que vocês são..."

E começou a vida do Queimódromo. Sete noites, ininterruptamente, até às 4, 5, 6 ou 7 da manhã, até chegar a casa de manhãzinha e apreciar o amanhecer do Porto. As barracas, a de Farmácia (tem dias...), a sempre brutalíssima "Taska da Sapatilha" e outras, algumas outras onde me diverti sempre ao máximo... As companhias ideais e muita alegria! Até faltou a luz!!!

Depois chegaram os preparativos para o Cortejo, a construção atabalhoada do carro, que estava tão bonito na segunda-feira e que já só era metade na terça... mas enfim, outros quinhentos. =) Segunda-feira, provavelmente um dos dias mais difíceis e angustiantes de toda a Queima. Nervos à flor da pele, indignação, stress e coisas que disse e fiz sem pensar... ou antes, com o pensar do coração que doía, naquele momento. Conceitos e opiniões a serem desmoronadas, por cada palavra que chegava aos meus ouvidos, a surpresa, a atitude inacreditável, o "porquê?" a saltitar entre cada pensamento e eu a não saber o que fazer ou como agir...

O jantar das Sirigaitas, 50 e tal gajas à volta de uma mesa, tranquilizou-me parcialmente, distraiu-me e a noite no Queimódromo acalmou a angústia... E na terça-feira preparei-me para aquele que viria a ser o Cortejo mais estranho de sempre. Por um lado, a diversão de ir, nas palavras da Rita, em cima do carro a "acenar à multidão", a ver passar o Porto em cada cara, nos milhares de pessoas que nos olhavam atentamente. A família, a Dina, fotos, muitas fotos, o orgulho de ser Fitada de Farmácia. Por outro lado, a tristeza de me sentir tão longe (ainda que fisicamente perto...) daqueles quase-pastranos que acolhi no coração como "meus caloiros" e que me encheram de orgulho e de tristeza em tão pouco tempo. A angústia de os sentir desapontados comigo, com as minhas reacções. O medo... de perder tanto por tão pouco.

Ao "Obrigado por nos ensinarem a caminhar", eu respondo, hoje e sempre, "Obrigada por me ensinarem a não parar de mudar e de crescer"... Nunca esqueçam o quanto vos respeito! =')

A Queima teve pouco mais que contar. Noites, jantares divertidos, momentos partilhados, coisas que ficam comigo para sempre. O meu primeiro FITA (e provavelmente último enquanto estudante da UP) foi uma noite fantástica, com boas Tunas, bom ambiente e muito boa gente à minha volta... =) A Queima trouxe-me ainda o perdão que pedi, a paz de espírito e a certeza que não mais serei a mesma, depois desta semana.

A certeza que levo deste ano, mais até do que desta Queima, amigos que não mais desaparecerão do cantinho que lhes reservo no meu coração. Porque, como cantaram os meninos e meninas que viraram este meu ano do avesso e de quem me orgulho tanto,

"Mesmo que a vida mude os nossos sentidos

E o mundo nos leve pra longe de nós

Nunca mais estaremos perdidos

Somos mais que cem…somos um só!

Vamos guardar, cada momento

Para sempre, no pensamento

Ontem, hoje, e sempre, vamos recordar

Com quem aqui chegámos

E com quem, vamos querer, continuar…"

[Caloiros 07+1/09 ~ Pastranos'09]

Contagem.

Questiono-me porque é que tenho frequência de Bioquímica Clínica amanhã às 9h30 e me passa tudo pela cabeça menos o que devia... Já não me lembrava de conseguir saltitar tão rapidamente entre pensamentos como quando, há pouco, fazia o caminho para casa. Ele foi família, foi trabalhos, foi Sirigaitas, foi Escuteiros, foi Queima...

Aiiiiii... Queima, onde andas?...

24 sobre 24

Chegamos. Chegamos a correr, andamos a correr, dormimos a correr, saímos a correr porque o novo dia não espera por nós e porque há quem conte connosco noutras paragens. O dia é sempre inevitavelmente curto para tudo o que queremos e a prova disso é que muitas vezes chegamos ao fim com a sensação que passou imenso tempo, muito mais do que as 24 horas que naquele momento nos parecem ridículas, de tão ilusórias.

Contudo, às vezes, há dias em que as 24 horas parecem demais. Parece que o dia podia muito bem ter apenas 10, 12, 18 horas, qualquer coisa. Podia passar depressa, acabar depressa, levar com ele as notícias tristes e as constatações assustadoras. Podia simplesmente desaparecer rapidamente e dar lugar a outro dia, outro totalmente novo, que pudesse ter outra vez a oportunidade de trazer alegrias, muitas alegrias e poucas tristezas.

É que se há conjuntos de 24 horas que eu gostaria de congelar para sempre, há dias que preferia apagar da minha memória. Hoje é um desses dias.

A warm embrace...

Perante isto, não tenho palavras...

"When the rain is blowing in your face,

and the whole world is on your case,

I could offer you a warm embrace

to make you feel my love.

When the evening shadows and the stars appear,

and there is no one there to dry your tears,

I could hold you for a million years

to make you feel my love.

(...)

I'd go hungry; I'd go black and blue,

I'd go crawling down the avenue.

No, there's nothing that I wouldn't do

to make you feel my love."

[Adele - "Make you feel my love"]

"não negues o que és
só porque não sabes como
enfrentá-lo
não te escondas de ti
não te acanhes da vida
e dos sonhos
que sei estarem entranhados
em cada palavra soletrada
a medo;
não partas
o mundo é,
sozinho,
o melhor e pior lugar
para te deixares ficar
e é por isso mesmo que
não deves fugir de ti,
é por isso mesmo que te coso as mãos
na minha pele
por tempos indeterminados
- nem tudo tem que ter um fim
não nos obriguemos a isso
descansa agora
não vou a lado algum
a não ser que mo peças
mas irei contigo
a partir deste exacto,
confuso,
e preciso momento"

["ode ao absoluto" - Su]


E eu digo que, por muito que quisesse, não diria melhor. =) No pontapé de saída para um novo semestre... é bom continuar a sentir que há quem vá connosco aonde pedirmos.

Tu sabes...

"Se eu voar sem saber aonde vou (...)

Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim..."

Neste TEU dia, só quero dizer-te OBRIGADA. Por me ensinares tantas vezes o caminho por onde voar. Por me mostrares em muitos momentos quem sou e assim me ajudares a andar. Por me seres em tantas horas a luz que apaga a noite em mim e por me abraçares quando me apetece dizer que "já não quero estar aqui". Por poder dizer que poucos como tu conhecem tudo o que acontece em mim.

Obrigada por estes anos de convivência, amizade, carinho, amor, apoio, colo, suporte. Por estares sempre inacreditavelmente perto, por mostrares que te preocupas apenas com uma palavra, com um mimo que me faz sentir sempre pequenina e protegida. Por mereceres o mundo e arredores e seres uma das melhores pessoas que tenho a sorte de me ter aparecido na vida.

Parabéns Dina! Parabéns por 24 anos de pura espectacularidade... parabéns por continuares a fazer, diariamente, com que te admire pela pessoa maravilhosa que és.

Gosto de ti.

Balanço.

"Pedes-me um tempo pra balanço de vida..."

Agora que exames só a feijões (vulgo melhorias), que dou o semestre por terminado e que finalmente me dou ao luxo (porque o é, de facto) de me recostar no sofá a apreciar a qualidade de vida de quem pode passar um dia inteiro a ver séries na televisão e a dormitar de vez em quando, agora sim, mais do que na passagem de 31 para 1, apetece-me fazer um balanço. De 2008, sim, sobretudo do segundo semestre de 2008, por ser o que está mais fresco.

Apetece-me porque me dei conta, há umas semanas atrás, que este semestre que acaba foi talvez o mais frutífero dos últimos anos, em termos de alterações na minha rotina.

A segunda metade de 2008 foi cheia de coisas boas.

Teve os primeiros dias de Verão passados na Barra, na casa nova, fresquinha, a estrear, com direito a jantar de amigos e a um novo ambiente de estudo.

Teve a Eslovénia, muita gente nova e lugares bonitos, para recordar e regressar, um dia, sem dúvida.

Teve novos desafios no Clã, na catequese, mais gente a chamar por mim e a exigir de mim aquilo que sabem que sou capaz de dar.

Teve a despedida do Clã de 3 pessoas muito especiais e a sensação que o tempo voa e estou cada vez mais perto também da minha.

Teve o FESCUT, o gosto de o partilhar com a Txabes e apesar de tudo uma sensação de que fizemos a nossa parte, demos um bom espectáculo e criámos uma excelente música, diferente de todas as que já tivemos no passado.

Teve os caloiros, o rebuliço, a praxe, momentos inesquecíveis como o do "exames.org" e pessoas que me marcaram e entraram na minha vida de uma forma avassaladora - afilhados, padrinhos deles, novos amigos, tanta gente.

Teve o Projecto, a cadeira que provavelmente até hoje mais me realizou em todo o curso e que me fez perceber onde me sinto realmente bem, no laboratório.

Teve a despedida (ainda que pessoal) da Direcção da AEFFUP... O último Congresso, o último Sarau, as últimas actividades vividas do lado de dentro. O último relatório e talvez a última grande oportunidade de demonstrar a minha gratidão àqueles que marcaram o meu percurso e toda a minha vida académica.

Teve mais um fenomenal Siriphonias cheio de música, claques, sorrisos, festa e muita muita gente sentada na plateia para assistir a um Festival do qual me orgulho de fazer parte, ano após ano.

Teve uma mudança de perspectiva, de postura e de atitude nas Sirigaitas, um crescimento necessário que fez de mim menos "individual" e mais "colectivo". Observar, o sábio conselho da Mestre que provavelmente mais marcou o meu caminho na Tuna (obrigada Joyce, como sempre!).

Teve os amigos de sempre, os jantares de sempre, os cinemas de sempre e as gargalhadas de sempre, para me lembrar que, se realmente quisermos, o que é bom pode nunca mudar.

Acho que poucas vezes senti que um semestre mudou tanta coisa na minha vida e na minha forma de a encarar... O semestre terminou em grande e a sensação de tranquilidade com que começo este 2009 penso que reflecte isso mesmo. É bom sentir que começo em Paz.

[ah! quase sem que eu desse conta, o Abrigo fez 3 anos. o tempo voa, mesmo. =)]

A Mafalda no Coliseu...

"A Mafalda Veiga tem este dom, de nos transportar ao infinito das nossas verdades, ao espelho das vontades mais secretas, ao grito mais guardado. E por isso, às vezes, às escondidas, ao medo. De não chegarmos lá, de não conseguirmos ter aquela força que por ali corre, aquela luz que guia o que nos canta. O Chão que agora ganhamos ajuda-nos a enfrentar o espelho. A acreditar que um dia a maturidade chega, que todos os dias podemos construir um caminho melhor. Uma estrada para ser feliz.

(...)

A Mafalda percorre uma Estrada a caminho desta luz forte que nos une nas canções, que nos lembra "o que é preciso é viver" ponto final. Com gosto. Com cuidado. A amar os outros profundamente, numa entrega cheia de vontade. E é isso que tentamos todos os dias nos quilómetros percorridos: que a entrega valha a pena, que nos lembremos de quem fica. Dos outros. Do que ainda pode vir a ser." Margarida Pinto Correia


À entrada para o Coliseu do Porto, repousavam numa mesa um monte de folhetos, com a Mafalda na capa e o texto de onde tirei estes excertos, da Margarida, no interior. Quando li o texto, já instalada no meu lugar (para mim é sempre um lugar privilegiado) e na companhia de família e amigos, senti que realmente a Margarida tinha dito o que eu poderia dizer, de forma sem dúvida mais bonita.

Não sei, nunca soube e creio que nunca saberei, explicar a quem não aprecia a música da Mafalda o que ela realmente significa para mim. O quão fundo ela me toca e o quão inquietante se consegue tornar. É de facto assustador quando ouvimos uma música e sentimos que nos estão a tirar as palavras da boca. Já me aconteceu, várias vezes, com músicas da Mafalda. No sábado, regressei ao Coliseu, que é uma sala de quem gosto imenso, para escutar com atenção o que a Mafalda me ia dizer. E, apesar dos milhares de vezes que já ouvi as suas músicas, apesar de ser o 4º concerto a que assisti, posso dizer que ela me conseguiu surpreender.

Foi um alinhamento fantástico, o último álbum praticamente completo (fiquei com pena pela "Pressinto", que não tocou e me diz tanto...) e muitas, muitas músicas das "antigas", das que deixaram um sorriso nos lábios de ver aquelas centenas de pessoas a entoar em coro. Podia aqui referir mil momentos que me tocaram, mas vou deixar-vos o vídeo daquele que, para mim, foi mais especial... Porque nunca sonhei voltar a ouvir "O Menino do Piano" ao vivo... (o som nem sempre é maravilhoso mas a minha máquina nem sempre é como eu gostaria...)

«Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
Às vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão

(...)

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir»

["Pra rua me levar" - Ana Carolina]

Depois de um "rebulhão" muito divertido, com uvas em vez de passas e figuras tristes em plena nação de Cernache, mas sobretudo com pessoas muito divertidas... achei que o Abrigo merecia um post de Ano Novo. Talvez seja a maior resolução deste ano... cumprir as promessas que fiz a mim própria e que se foram perdendo no tempo... dar-lhes outra oportunidade.

FELIZ 2009! =)